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China vai reduzir cotas de importação de algodão para 2015

Decisão visa impulsionar demanda por fibra doméstica no país

Por DOMINIQUE PATTON
Atualização:
A restrição do governo chinês deve, inevitavelmente, diminuir a demanda chinesa por algodão estrangeiro, já que aplica uma tarifa de 40% por importações extras Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

A China, maior consumidor mundial de algodão, vai reduzir as suas cotas de importação para 2015 para impulsionar a demanda por fibra doméstica, disse uma autoridade nesta segunda-feira, pressionando os preços futuros na China e nos Estados Unidos.

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Pequim só vai fornecer cotas de importação no próximo ano para as 894 mil toneladas determinadas em acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com Liu Xiaonan, vice-chefe do departamento de economia e comércio na Comissão de Desenvolvimento Nacional e Reforma (CNDR, na sigla em inglês).

Anteriormente, a China oferecia um outro tipo de cota, além daquela prevista no compromisso na OMC, mas Liu disse que nenhuma cota adicional seria ofertado no próximo ano.

Importações extra cota estão sujeitas a uma tarifa de 40 por cento. Por isso a restrição inevitavelmente vai diminuir a demanda chinesa por algodão estrangeiro.

Na campanha de comercialização 2013/14, os comerciantes estimam que Pequim tenha emitido entre 600 mil e 800 mil toneladas de cotas adicionais que não estarão mais disponíveis no próximo ano.

"Além das 894 mil toneladas de cotas de importação exigidas pelos compromissos para entrada na OMC... nós não emitiremos cotas de importação adicionais, em vez disso, vamos orientar empresas têxteis nacionais a usar mais algodão chinês", disse Liu a repórteres.

Para incentivar os produtores nacionais, a China vai oferecer subsídios para as províncias nas áreas de cultivo dos rios Amarelo e Yangtze, disse outro funcionário da CNDR.

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O governo havia dito anteriormente que um novo subsídio direto para os produtores de algodão só estaria disponível para Xinjiang, a principal região produtora país, aumentando os temores de que a produção da pluma nacional cairia drasticamente.

A mudança na política de cotas vai afetar grandes exportadores, como os Estados Unidos, onde a demanda chinesa tem desempenhado um papel fundamental em influenciar os preços da fibra.

O contrato futuro chinês mais ativo caiu 3,6 por cento nesta segunda-feira para uma mínima de mais de cinco anos de 12.805 iuanes por tonelada (cerca de 95 centavos de dólar por libra-peso).

O contrato de referência do algodão na ICE Futures, em Nova York, afundava mais de 3 por cento, para 62,42 centavos de dólar por libra-peso, por volta das 12h45 (horário de Brasília).

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