O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que a China vai retirar as barreiras comerciais anunciadas nos últimos dias “porque é a coisa certa a ser feita” e que os países chegarão a um acordo de propriedade intelectual. Trump, porém, não justificou a declaração nem disse se a China deu algum indicativo de que planejava abandonar as tarifas.
“O presidente (chinês) Xi (Jinping) e eu sempre seremos amigos, não interessa o que aconteça na nossa disputa comercial. (...) Um ótimo futuro para ambos os países”, escreveu Trump no Twitter. A afirmação foi feita após o confrontamento entre os países se acirrar. Na semana passada, Trump ordenou que sua equipe avalie a imposição de tarifas sobre US$ 100 bilhões de produtos importados do país asiático, que se somariam aos US$ 50 bilhões anunciados anteriormente, como resultado de uma investigação sobre roubo de propriedade intelectual.
Após o anúncio da medida, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Gao Feng, descreveu como “muito irracional” e “extremamente errada” a decisão de Trump. “A China está totalmente preparada para reagir com força e sem hesitação”, disse Gao. Segundo ele, o governo de Xi Jinping pôs em prática “contramedidas detalhadas” e as retaliações “não excluem nenhuma opção”.
No sábado, Trump usou sua conta no Twitter para se defender: destacou que os EUA não têm superávit comercial com a China há 40 anos. “Eles (os chineses) devem acabar com o comércio injusto, derrubar barreiras e cobrar apenas tarifas recíprocas. Os EUA estão perdendo US$ 500 bilhões por ano e vêm perdendo bilhões de dólares há décadas. Isso não pode continuar!”, escreveu.
Ontem, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que o presidente americano não está blefando em relação às tarifas de importação impostas à China e que as barreiras comerciais ao país asiático têm de fazer “parte do jogo”.
“Eu sou contra tarifas em geral. Mas sempre fui linha-dura em relação à China. Embora eu não goste de tarifas, às vezes não há outra opção. Elas fazem parte do que o presidente tem, e ele não está blefando”, disse, em entrevista à Fox News.
O conselheiro também destacou que os dois mandatários têm uma boa relação, apesar da crise comercial. “Ele (Trump) gosta de Xi e respeita o presidente Xi como negociador.”