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Ciro Gomes deve assumir nesta terça-feira presidência da Transnordestina

Ex-ministro da Integração Nacional durante o governo Lula, Ciro comandará subsidiária da CSN e terá como principal desafio a conclusão da ferrovia Transnordestina, obra orçada em R$ 7,5 bilhões que deveria ter sido entregue em 2010

Por Igor Gadelha
Atualização:

O ex-ministro da Integração Nacional do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) Ciro Gomes (PROS) deve assumir nesta terça-feira a presidência da Transnordestina, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) responsável por obras de ferrovia no Nordeste. O cargo foi confirmado na noite desta segunda-feira ao Broadcast, serviço de notícia em tempo real da Agência Estado, por fontes próximas à companhia e ao político.

A confirmação de que Gomes iria para a CSN foi adiantada pelo Broadcast no último dia 23 de janeiro. A informação foi passada pela própria assessoria do político que, na época, não informou o cargo que ele ocuparia. O convite para o ex-ministro ir trabalhar na companhia também foi revelado em primeira mão pelo Broadcast no fim de novembro do ano passado.

Ciro Gomes foi ministro da Integração Nacional do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006) Foto: Guga/Estadão

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Ciro terá como principal desafio a conclusão da ferrovia Transnordestina, obra orçada em R$ 7,5 bilhões que deveria ter sido entregue em 2010, mas, após sucessivos problemas e paralisações, está prevista para ser concluída até o final de 2016. A ferrovia foi lançada em 2006 como um dos mais importantes projetos do ex-presidente Lula e incluída no PAC-2, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

Multa. As irregularidades na obra fizeram com que a CSN fosse multada em R$ 10,275 milhões pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em agosto do ano passado. A multa foi parcelada em 59 vezes. A companhia aceitou a multa em acordo com a agência reguladora, sem contestação judicial, após uma série de processos administrativos abertos pela ANTT a partir de 1999.

Quase três meses após esse acordo, a CSN fez uma reestruturação societária na Transnordestina, abrindo espaço para a ampliação de empresas estatais no bloco de controle da ferrovia. Os ativos estão concentrados na Transnordestina Logística S.A. (TLSA), na qual há maior participação das estatais. Dessa forma, a CSN aliviou a pressão sobre investimentos e transferiu a responsabilidade do custo da obra às estatais.

Relação antiga. Formado em Direito e com passagem pelo comando do Ministério da Fazenda durante o governo Itamar Franco, Ciro tem uma relação antiga com o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch. Na campanha eleitoral de 2002, em que foi candidato a presidente pelo PPS, por exemplo, ele usou um jatinho de uma das empresas do Grupo Vicunha, de Steinbruch.

Na época, sua assessoria afirmou que a campanha tinha contrato com a empresa do presidente da CSN para uso do avião em que Ciro viajava pelo País e que os custos dos voos estavam descritos na prestação de contas da campanha. Já no pleito 2006, quando foi eleito deputado federal pelo Ceará, a CSN doou R$ 500 mil à campanha de Gomes.

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