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Colheita e vendas de café no Brasil estão adiantadas, diz Safras

O tempo seco nas principais regiões produtoras, ao contrário do esperado, tem permitido o desenvolvimento da colheita

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Por Redação
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Em Minas Gerais, que responde por mais da metade da safra brasileira, produtores tinham vendido 34 por cento da produção esperada até o final de junho Foto: Wikimedia Commons

A colheita de café do Brasil atingiu, até 16 de julho, 74 por cento da produção estimada, com avanço considerável ante os 56 por cento registrados um ano atrás e na comparação com 63 por cento da média de cinco anos para o período, estimou nesta terça-feira a consultoria Safras & Mercado.

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O avanço nos trabalhos no maior produtor e exportador global ocorre depois que uma severa seca no início do ano acelerou o ciclo dos cafezais. Uma antecipação da colheita por muitos produtores, temendo a ocorrência de chuvas que afetariam a qualidade do grão, também explica o avanço.

O tempo seco nas principais regiões produtoras, ao contrário do esperado, tem permitido o desenvolvimento da colheita.

"A colheita está adiantada, o calor do início de ano acelerou o ciclo da planta. Além disso, muito produtor ficou com medo do El Niño (causar chuvas), e o pessoal aproveitou a maturação mais precoce para realizar a colheita", disse o analista da Safras Gil Barabach à Reuters. A mesma seca no início do ano que acelerou o ciclo dos cafezais reduziu fortemente as expectativas de produção do país, o que resultou em uma disparada nos preços em meses anteriores e forte antecipação de negócios, que agora estão mais lentos, considerando a queda nas cotações.

"Teve comercialização de safra antecipada grande (nas máximas do início do ano), mas a venda no disponível agora está devagar", disse o analista. O primeiro contrato dos futuros do café arábica em Nova York chegou a ser negociado acima de 2,10 dólares por libra-peso em abril, e estava cotado nesta terça-feira abaixo de 1,7 dólar.

A comercialização da safra 2014/15 de café do Brasil, até 30/junho, chegou a 30 por cento da produção estimada pela Safras em 48,90 milhões de sacas de 60 kg, ante 22 por cento apurados pela consultoria em maio e 23 por cento na média de cinco anos. "Tem muito produtor mais preocupado em entregar o café da safra nova do que fazer negócio novo", acrescentou ele, ressaltando que os cafeicultores aguardam novas altas, eventualmente relacionadas a preocupações com as próximas floradas e com a safra de 2015, para voltar ao mercado.

Segundo o analista, o produtor está apostando que o mercado "dê uma mexida" para retomar as vendas.

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Em Minas Gerais, que responde por mais da metade da safra brasileira, produtores tinham vendido 34 por cento da produção esperada até o final de junho, ante 28 por cento em maio e também abaixo da média histórica de 25 por cento.

Os produtores de Minas já colheram 66 por cento do total previsto, ante 41 por cento na mesma época do ano passado.

(Por Roberto Samora)

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