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Com ações em alta, Previ reduz déficit para R$ 12,9 bi

Principal plano do fundo de pensão registrou superávit de R$ 3,19 bi entre janeiro e setembro; em 2015, rombo foi de R$ 16 bi

Por Mariana Durão
Atualização:
  Foto: DIV

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, encerrou o terceiro trimestre com desempenho superior à meta atuarial em seus investimentos e com ativos totais de R$ 169,5 bilhões. O plano de benefício definido da fundação – Plano 1, que é o maior do País – registrou um superávit de R$ 3,191 bilhões nos nove primeiros meses do ano, reduzindo o déficit acumulado para R$ 12,9 bilhões. O resultado revela uma melhora em relação a 2015, quando a Previ teve desempenho negativo em R$ 16,1 bilhões, em decorrência da desvalorização de ativos e da alta da inflação.

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De janeiro a setembro a rentabilidade do Plano 1, que concentra 95% dos ativos da Previ, atingiu 13,67%. O patamar é superior à meta atuarial de 10,13%, rentabilidade mínima estipulada para garantir o pagamento dos compromissos do fundo com os participantes. O resultado foi puxado pelos segmentos de renda variável e renda fixa, onde estão 90% dos recursos.

Os números indicam que a Previ caminha em direção positiva, mas o resultado final dependerá da avaliação das participações acionárias detidas pela Previ em blocos de controle, como as da Vale, Invepar e Neoenergia, contabilizadas apenas no balanço fechado de cada ano. Essas avaliações têm forte impacto positivo ou negativo no resultado do Plano 1, cujos pagamentos a honrar somavam R$ 143,8 bilhões em setembro.

O presidente da Previ, Gueitiro Genso, diz que os ativos de renda variável do fundo estão reagindo aos sinais de recuperação da credibilidade da economia, após sofrerem desvalorização conjuntural em 2015.

Dividendos. O executivo cita ganhos de mais de R$ 3 bilhões com a retomada dos papéis da Petrobrás, mesmo valor referente à valorização da fatia no Banco do Brasil. Os dividendos recebidos no ano pelas participações em companhias somam cerca de R$ 890 milhões.

“Só vamos ter certeza do resultado de 2016 ao avaliarmos esses três ativos (Vale, Invepar e Neoenergia), mas estamos bastante otimistas em fechar o ano superando a meta atuarial”, diz Genso em um vídeo destinado aos participantes do fundo. A Previ reduziu sua despesa administrativa em 1,4% ante os nove meses de 2015.

O resultado de 2016 será importante para definir o equacionamento do déficit do ano passado. Pelas novas regras dos fundos de pensão, a Previ tem que cobrir o que ultrapassar o limite do déficit – o que falta para honrar todos os benefícios –, que no Plano 1 é de R$ 2,9 bilhões.

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Contribuições extras. Só no fim deste ano, com todos os ativos contabilizados, será possível saber se os participantes e o patrocinador terão de fazer contribuições extraordinárias.

O plano Previ Futuro, para funcionários que ingressaram no BB e na Previ após 1997, teve rentabilidade de 19,27%, 9 pontos porcentuais acima da meta. O plano tem ativos totais de cerca de R$ 8,9 bilhões.

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