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Com agravamento da crise, confiança do consumidor atinge mínima histórica

Resultado da pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) também mostra que 86,3% dos consumidores estão insatisfeitos

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

RIO - A confiança do consumidor recuou 0,8% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, informa pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) fechou o mês em 75,7 pontos, renovando a mínima histórica da série, iniciada em setembro de 2005. No mês passado, o indicador havia cedido 5,3% contra agosto. "A falta de sinalizações positivas no front econômico associada às incertezas políticas mantêm a confiança no mínimo histórico. Os consumidores continuam bastante insatisfeitos com o presente e pessimistas em relação ao futuro. Houve estabilidade do índice que mede as expectativas mas, após recuo de 5,4% no mês anterior, este movimento é ainda insuficiente para sugerir a possibilidade de uma mudança de tendência", avalia a economista Viviane Seda, coordenadora da Sondagem, em nota oficial.

  Foto: Felipe Rau|Estadão

O resultado de outubro foi influenciado pela percepção sobre o momento corrente. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 2,1% ante setembro, ao passar de 67,1 pontos para 65,7 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) ficou estável (0,0%) no período, em 81,1 pontos. Ambos os indicadores estão em mínimas históricas. Na comparação de outubro com igual mês de 2014, o ICC recuou 24,6%. O índice, calculado dentro de uma escala de pontuação de até 200 pontos (quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), está desde novembro do ano passado abaixo dos 100 pontos, zona considerada desfavorável. Já a média histórica, que considera os últimos cinco anos, está em 109,4 pontos.Insatisfação. A insatisfação dos consumidores com a situação econômica atual também segue piorando. Apenas 2,7% das famílias classificam o momento como "bom", enquanto 86,3% respondem que a situação está "ruim". O resultado foi uma das principais influências para o recuo de 0,8% na confiança das famílias em outubro ante setembro, a sexta queda consecutiva. Além disso, o indicador geral atingiu pela quarta vez seguida o menor nível da série, iniciada em setembro de 2005. Com relação aos próximos meses, houve aumento de 1,3% do indicador que mede a intenção de compras de duráveis. "Essa melhora, no entanto, não parece fundamentada o suficiente para sinalizar uma nova tendência para o indicador que continua bem próximo ao mínimo histórico registrado no mês anterior", ponderou a FGV. Segundo a instituição, a parcela dos consumidores que pretendem comprar mais nos próximos seis meses caiu de 9,3% para 8,9%, enquanto dos que projetam compras menores passou de 46,5% para 45,3%. De acordo com a FGV, o levantamento abrange amostra de mais de 2,1 mil domicílios em sete capitais, com entrevistas entre os dias 01 e 21 deste mês. 

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