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Com correção de 'pedaladas', repasses do Tesouro ao FGTS saltam 813%

No ano passado, o governo usou do expediente das 'pedaladas fiscais' para melhorar artificialmente o resultado das contas públicas

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Por João Villaverde , Adriana Fernandes e Rachel Gamarski
Atualização:
Em 2014, Tesouro havia repassado ao FGTS apenasR$ 439,4 milhões Foto: Estadão

Atualizado às 16h10

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BRASÍLIA - A correção das "pedaladas fiscais" fez com que os repasses de recursos do Tesouro Nacional ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) saltassem 813% entre janeiro e agosto deste ano e igual período do ano passado, atingindo R$ 4 bilhões neste ano. Nos oito primeiros meses de 2014, o Tesouro tinha repassado ao FGTS a título de "complementação" apenas R$ 439,4 milhões. 

No ano passado, o governo usou do expediente das pedaladas para melhorar artificialmente as contas públicas. Os gastos feitos com recursos do FGTS, como o programa Minha Casa, Minha Vida e outras políticas, não eram pagos pelo Tesouro ao fundo. Esses atrasos são chamados de "pedaladas fiscais".

Desde janeiro deste ano, o Tesouro passou a pagar em dia essa "complementação ao FGTS", o que fez o resultado "explodir".

Subsídios. O pagamento de subsídios e subvenções econômicas pelo Tesouro Nacional apresentaram um crescimento de 196,1% de janeiro a agosto. Essas despesas também foram pedaladas (represadas) pela equipe econômica anterior. 

Com a correção da inflação, o pagamento dessas despesas somam R$ 20,074 bilhões - R$ 13,29 bilhões a mais do que em 2014. Em agosto, o pagamento foi de R$ 1,4 bilhão, com alta de 126,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. 

Para fixar a mensagem de que o governo está, de fato, "cortando na carne", o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, afirmou que as despesas têm mostrado esses cortes apesar do pagamento de R$ 20 bilhões de subsídios.

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O secretário do Tesouro chamou a atenção para os gastos com outras despesas de capital, que apresentaram um crescimento de 2,7%, mas se excluírem as despesas obrigatórias há uma queda 6% em relação a 2014. 

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