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Com falência, lojas da Arapuã já estão fechadas

Por Agencia Estado
Atualização:

As mais de 100 lojas da Arapuã em todo o País amanheceram fechadas em razão da falência decretada na quarta-feira pelo juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 6ª Vara Cível de São Paulo. Na sentença, o juiz determinou o lacre dos pontos-de-venda. Aos clientes, os empregados informam que a empresa está fechada para balanço. Os advogados da Arapuã já encaminharam hoje agravo de instrumento contra a decisão. Foi enviado também pedido de liminar, a ser examinado por três desembargadores do Tribunal de Justiça. De acordo com o advogado da rede varejista, Ricardo Tepedino, a expectativa é de que a decisão sobre a liminar saia ainda hoje. Se for favorável à empresa, as lojas podem reabrir nesta sexta-feira. O Sindicato dos Comerciários de São Paulo está organizando uma manifestação hoje à tarde, na praça João Mendes, centro da capital paulista, para de protestar contra a eventual demissão dos 2 mil funcionários da empresa em todo o País. De acordo com o vice-presidente do Sindicato, Ricardo Patah, o processo de reestruturação realizado pela empresa, a partir da decretação da concordata, tem a aprovação dos funcionários. Segundo ele, todas as responsabilidades trabalhistas estão sendo cumpridas. "Foi uma irresponsabilidade do Judiciário em um momento tão grave de empregabilidade", disse o sindicalista. Arapuã está em concordata desde 1998, em razão de uma dívida de R$ 1,2 bilhão. O débito com os credores foi dividido em duas parcelas, cujos prazos para pagamento já venceram sem que elas tenha sido paga. A empresa passou por um processo de reestruturação que a dividiu em duas: Arapuã Comercial (lojas e setor administrativo) e Arapuã S/A (passivo). No ano passado, o Tribunal de Justiça tinha negado recurso contra pedido de conversão da concordata em falência, argumentando que ele tinha de ser melhor analisado na primeira instância. O processo retornou então para a 6ª Vara Cível, liderada pelo juiz Rodrigo Colombini, que decretou a falência. Na opinião do advogado da empresa, a decisão do juiz Colombini foi ´absurda´ porque desconsiderou a opinião de 90% dos credores que são contra a falência da Arapuã e atendeu ao apelo apenas da Evadin, que é a principal credora e tem um montante de cerca de R$ 120 milhões a receber. O juiz indicou também a própria Evadin como síndica da massa falida. "Como você nomeia para síndico o inimigo da empresa?", criticou o advogado. O mérito do pedido de falência segue agora para o Tribunal de Justiça, onde a defesa da Arapuã pretende conseguir reverter a decisão. O julgamento pode ocorrer ainda este ano. Mas a empresa, de acordo com o advogado, espera um posicionamento positivo dos desembargadores com relação a liminar, para possibilitar a reabertura imediata das lojas. Ele argumenta que se a empresa ficar fechada por muito tempo, sem vender nem entregar mercadorias, a retomada da operação é quase inviável.

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