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Como aproveitar o Tesouro Direto antes que a taxa de juros comece a cair

Depois de um pico de rentabilidade, títulos prefixados e atrelados à inflação ainda têm boas oportunidades; simulador será lançado até outubro

Por Hugo Passarelli e Natália Cacioli
Atualização:
Tesouro Direto vai lançar simulador com comparação entre investimentos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Em meio às turbulências na economia e na política, o primeiro semestre foi agitado no Tesouro Direto. A boa notícia para quem apostou nesta aplicação foi que a percepção do risco brasileiro, mais elevada no começo do ano do que agora, turbinou a rentabilidade dos títulos. O Tesouro Prefixado chegou a ser negociado a uma remuneração perto de 17% ao ano e hoje está em 12%. Ainda assim, segue como opção para se proteger da inflação. 

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“No começo do ano, as perspectivas eram outras e havia muita incerteza. Deve ser difícil repetir o desempenho do primeiro semestre, mas ainda há uma boa gordura nas rentabilidades”, afirma Mauro Mattes, gerente de investimentos da Concórdia. O investidor também pode escolher o Tesouro IPCA, que paga a variação da inflação no período acrescida de um porcentual.

Há ainda o Tesouro Selic, pós-fixado e com uma variação diária que acompanha a trajetória da taxa básica de juros. Indicado aos mais conservadores, seu retorno é menor do que nos demais. Entre os três títulos o investimento mínimo parte de R$ 30.

De acordo Mattes, a recomendação entre seus clientes hoje está mais inclinada para o Tesouro IPCA. “Antes, a nossa sugestão era equilibrada entre os dois. Agora sugerimos a maior parte da carteira no Tesouro IPCA”.

Neste cenário, quem tiver mais sangue frio pode até testar as emoções da renda variável na renda fixa. Isso porque o valor e rentabilidade dos títulos variam ao longo do tempo e caminham na direção inversa da taxa de juros. Na prática, quanto mais consolidada ficar a queda do juro neste ano, maior pode ser o retorno para quem vender seus títulos antes do vencimento.“Isso só serve para quem sabe que está apostando na queda dos juros”, diz Amerson Magalhães, da Easynvest. 

Contudo, se a perspectiva para os juros for de alta, o investidor terá perdas com a estratégia. Aos mais cautelosos, é sempre indicado manter o título até o vencimento.

Duas mudanças em gestação vão ajudar os investidores do Tesouro. A primeira delas, a ser lançada entre setembro e outubro deste ano, trará um simulador de investimentos, que permitirá comparar a rentabilidade dos títulos do Tesouro com outros produtos de renda fixa, como CDB, LCI, LCA e fundos.

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Segundo a analista de Finanças e Controle da instituição, Débora Araújo, o simulador também irá apontar qual título é mais indicado para o perfil do investidor, considerando prazo de investimento, apetite ao risco e intenção de resgate. Outro recurso irá simular o quanto é necessário investir para atingir uma determinada quantia.

Para 2017, está no radar uma reformulação da plataforma. Desde a primeira leva de melhorias, em março de 2015, o número de investidores do Tesouro Direto subiu 58%, atingindo 768,6 mil em maio deste ano.

Saiba como é a cobrança de IR

Mais rentável e tão acessível quanto a poupança, o Tesouro Direto tem atraído a atenção do brasileiro. Antes de comemorar os ganhos, porém, é preciso lembrar que, ao contrário da caderneta, o rendimento dos títulos do Tesouro são tributados de acordo com a tabela regressiva do Imposto de Renda. No caso de resgate antes de seis meses de aplicação, incide a alíquota de 22,5%; entre seis meses e um ano, 20%; entre um e dois anos, 17,5%; acima de dois anos, 15%. Para o investidor, o recado é claro: títulos de médio e longo prazo vão pagar menos imposto de renda do que as aplicações de curto prazo. Bancos e corretoras também costumam cobrar uma taxa de administração.

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