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Condomínio custa mais caro em São Paulo

Há diversas razões para o custo elevado dos condomínios em São Paulo. Um dos maiores vilões é o gasto com o quadro de funcionários, que representa mais da metade das despesas.

Por Agencia Estado
Atualização:

São Paulo tem um dos condomínios mais caros do País. A afirmação é do presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), José Roberto Graiche. Entre as razões citadas por ele estão: alto número de funcionários, área comum mais extensa, padrão salarial relativamente alto, preocupação com segurança e nível de exigência elevado do paulistano. Em relação à extensão da área comum, Graiche compara os condomínios de São Paulo aos do Rio de Janeiro e afirma que, como 90% dos prédios cariocas não têm uma área extensa - grande parte começa já na calçada e não há jardins, playground e áreas de lazer (exceto na Barra da Tijuca) -, menos funcionários são contratados e os gastos diminuem. Segundo ele, a média de funcionários em São Paulo para cuidar da manutenção e segurança do condomínio é de sete, enquanto no Rio varia de três a quatro. Despesas com funcionário são as mais caras O líder entre as maiores despesas, de acordo com Graiche, é a folha de pagamento, que responde por 55% dos gastos totais de condomínio. Então, em São Paulo, a necessidade de mais funcionários e o nível salarial mais elevado poderiam explicar o encarecimento da conta no fim do mês, em comparação a outras capitais do País. Para o presidente da AABIC, a isto deve-se somar um nível de exigência maior do paulistano em relação a conforto e mordomia. "Aqui tem guarita, playground, piscina, sala de ginástica, entre outras vantagens." As tarifas de serviço público, como água e luz, correspondem de 15% a 20% do total. Outros 10% referem-se a despesas com manutenção de equipamentos, como elevador, portão automático, interfones etc. O restante divide-se entre despesas menores, como compra de materiais de limpeza, cobrança de taxa de administração, pequenos reparos etc. Porém, muitas vezes, prédios com as mesmas características apresentam custos diferentes. "É preciso haver uma razão", afirma o presidente da AABIC. Preço varia de acordo com o número de apartamentos Graiche afirma que a diferença de preços costuma ser justificada pelo número de unidades em um condomínio. "Quanto mais apartamentos, maior será o rateio e menor a conta no final do mês. Muitas pessoas erram ao fazer a comparação pelo número de dormitórios ou vantagens do prédio. O que deve ser levado em conta é se o condomínio será rateado por 40 ou 80 unidades." Se, mesmo assim, o morador perceber distorções dos valores cobrados, deve verificar o que está acontecendo. Graiche aconselha a participar das reuniões e entender como funciona a administração do prédio. Caso as dúvidas persistam, pode exigir a prestação de contas e examinar os documentos. De acordo com o Índice Periódico de Variação de Custos Condomíniais (Ipevecon), o valor do condomínio de um apartamento de dois dormitórios com rateio entre 25 e 48 unidades deveria custar entre R$ 270 e R$ 350.

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