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Confiança do comércio tem primeira alta em oito meses, mas cenário é de demissões

Segundo a CNC, houve melhora na perspectiva para a segunda metade do ano em determinados segmentos do varejo

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) interrompeu uma sequência de oito quedas e subiu 0,6% em relação a maio, informou nesta terça-feira, 7, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O rompimento da sequência negativa, iniciada em setembro de 2014, ocorreu devido à melhora na perspectiva para a segunda metade do ano em determinados segmentos do varejo.

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Na comparação interanual, contudo, o índice manteve a tendência de queda. O Icec recuou 21,1% em relação a junho do ano passado, a 23ª retração seguida neste confronto. "Isso demonstra que, apesar da sinalização positiva, a percepção das condições atuais, tanto da economia como no setor, ainda seguem a percepção desfavorável dos últimos meses", informou a CNC em nota.

Diante do cenário, a intenção de contratação de funcionários recuou 23,3% ante junho do ano passado. "A CNC projeta que, pela primeira vez desde 2007, o nível de ocupação no comércio varejista deverá registrar retração anual de 0,8%, equivalente ao fechamento de 66,4 mil postos de trabalho no setor", diz a instituição em nota.

Influências. O resultado positivo do Icec na comparação mensal foi influenciado principalmente pela segunda alta consecutiva do índice que mede o grau de otimismo do empresário do comércio (+3,8% ante maio). Já o subíndice que mede o otimismo dos empresários em relação à economia cresceu 7,7% em relação ao mês anterior.

Também colaborou com o resultado positivo mensal o crescimento de 0,6% no índice de intenção de investimento dos empresários do comércio em junho ante maio.

Na comparação anual, o resultado negativo foi impactado pela deterioração da avaliação dos empresários das condições atuais do comércio, que manteve a tendência de queda observada há dez meses, apontou a CNC. Em junho, o recuo neste indicador foi 42,4% frente a igual mês do ano passado.

O subíndice que mede a avaliação dos empresários do comércio das condições econômicas atuais, por sua vez, segue sendo o item com pior avaliação em todo o Icec (26,1 pontos). Em relação a junho de 2014, esse indicador cedeu 59,8%. Ao todo, 93,1% dos empresários consultados avaliam que houve piora no cenário econômico nos últimos 12 meses.

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Estoques. A perspectiva de queda no volume de vendas, associada à elevação nos custos de captação de recursos nos últimos meses, fez com que os empresários do setor revisassem seus planos de investimentos. Apesar da alta de 0,6% em junho ante maio na intenção de investimento dos empresários do comércio, o índice registra queda de 19,7% na comparação interanual.

Segundo a CNC, o porcentual de empresários que apontam níveis elevados de estoques chegou a 29,0%, o segundo maior resultado da série histórica, iniciada em março de 2011. A concentração mais alta de estoques é de empresas voltadas à comercialização de bens de consumo duráveis (33,6%), refletindo a queda nas vendas verificadas principalmente nos segmentos automotivo, de móveis e de eletrodomésticos, apontou a instituição.

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