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Congressistas e dirigentes cancelam reuniões em Brasília por conta de protesto

Discussões sobre reforma trabalhista e 'guerra fiscal' entre Estados foram adiadas devido à violência da manifestação

Foto do author Adriana Fernandes
Por Fernando Nakagawa , Fabrício de Castro e Adriana Fernandes
Atualização:
No Ministério da Agricultura, manifestantes quebraram vidros e atearam fogo à fachada do prédio Foto: Wilton Junior/Estadão

BRASÍLIA - A dificuldade de locomoção em Brasília nesta quarta-feira, 24, levou ao adiamento de discussões entre líderes e congressistas sobre medidas econômicas, entre elas as relacionadas à reforma trabalhista e à chamada "guerra fiscal" entre Estados. Durante a tarde, inclusive, os servidores dos ministérios foram orientados a evacuar seus locais de trabalho devido à violência da manifestação, em que diversos prédios de ministérios foram depredados. No prédio do Banco Central, que está fora da região da Esplanada, o expediente dos servidores foi normal, mas houve cancelamento de compromissos.

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O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, teria uma reunião com os relatores da reforma trabalhista no Senado, Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Romero Jucá (PMDB-RR). O encontro estava programado para as 17h. Diante da confusão na Esplanada dos Ministérios, a reunião foi adiada para a próxima semana.

Acompanhe a cobertura completa do protesto em Brasília

A previsão é de que o projeto seja votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na próxima terça-feira, 30. De lá, o texto segue para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A votação em plenário está prevista para a segunda semana de junho. 

Na Câmara, deputados discutiam um projeto sobre a convalidação de incentivos fiscais, que pode colocar fim à chamada "guerra fiscal", quando a sessão foi interrompida por uma confusão generalizada. Deputados da oposição questionavam o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pela declaração do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que atribuiu à Câmara um pedido para que Temer pedisse reforço do Exército na segurança da Esplanada. Após intenso bate-boca, Maia negou que tenha feito o pedido e pediu a Jungmann para "restabelecer a verdade".

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A sessão sobre a convalidação terminou com um acordo entre deputados para que o relator da proposta, Alexandre Baldy (Podemos-GO), lesse seu parecer. A votação foi adiada para a próxima terça-feira, 30, para que os Estados como Ceará e Bahia possam analisar melhor o texto.

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Já o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que deu expediente normal na sede da instituição em Brasília, adiou dois compromissos de sua agenda na parte da tarde. Goldfajn se reuniria com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, e com o secretário de Assuntos Internacionais do ministério, Marcelo Estevão.

O presidente do BC também teria uma reunião com a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal.

A reunião da Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), marcada para a tarde de hoje no prédio do BC, também não foi realizada. O encontro foi adiado para a tarde de amanhã.

Comitiva. A mobilização dos empresários da construção civil pela continuidade das reformas, organizada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), no Congresso Nacional, foi adiada por motivos de segurança. 

Os dirigentes do setor tinham audiências marcadas hoje com os presidentes da Câmara e do Senado e também na Presidência da República. Mas, em razão da realização de protestos na capital federal, as conversas foram remarcadas.

Dirigentes e empresários do setor serão recebidos por Michel Temer amanhã, às 9h30. Os empresários estão em Brasília para a abertura do Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC).