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Consumidores e empresas dos EUA sinalizam recessão

Por BURTON FRIERSON
Atualização:

Sinais de alerta de uma recessão nos Estados Unidos surgiram novamente nesta sexta-feira com a confiança do consumidor afundando para o nível mais baixo em 26 anos e resultados corporativos caminhando para o terceiro trimestre consecutivo de contração. Os dados sombrios e a perspetiva pessimista para empresas podem representar um dilema para o Federal Reserve, que parece ansioso para encerrar sua campanha de agressivos cortes na taxa de juro apesar da economia continuar em dificuldades. O índice de confiança dos consumidores da Reuters/University of Michigan caiu em abril para 62,6 ante os 69,5 de março, deslizando ainda mais para o território de recessão e abaixo do esperado por economistas. Foi a pior medição desde março de 1982, quando o período "estagflacionário" de baixo crescimento e alta inflação ainda era um problema para muitos norte-americanos. "A confiança do consumidor continua caindo", disse Kevin Flanagan, estrategista de renda fixa na unidade global de administração de fortunas do Morgan Stanley. O presidente norte-americano, George W. Bush, reconheceu que a economia está "desacelerando" mas afirmou que a restituição de impostos que começará a surtir efeito nas contas bancárias de consumidores na próxima semana deve ajudar. "O dinheiro irá ajudar os norte-americanos a enfrentar os altos preços que nós estamos vendo nas bombas de gasolina e nas mercearias e irá também dar à nossa economia um impulso que nos ajudará a sair dessa desaceleração econômica", disse Bush. O governo acelerou sua programação para distribuir as restituições que fazem parte do pacote de estímulo econômico de 152 bilhões de dólares. "RECESSÃO MAIS PROFUNDA"? O relatório sobre a confiança contribuiu o dia difícil para as ações nesta sessão, que também foram atingidas por resultados desapontadores da Microsoft . Mas Wall Street conseguiu se recuperar, voltando para o território positivo no final da sessão. A Microsoft, no entanto, foi representativa do quadro de lucros corporativos que continuam se enfraquecendo. Os ganhos estão caminhando para o terceiro trimestre consecutivo de declínio, segundo os dados mais recentes compilados pela Thomson Reuters. Configurando a mais longa queda nos lucros corporativos desde a última recessão, Com mais da metade dos resultados das empresas do índice Standard & Poor's 500 já divulgados, os lucros do primeiro trimestre caminham para uma queda de 14,1 por cento frente ao mesmo trimestre no ano anterior.

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