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Consumo das famílias cresce 1%, após dois anos de queda

Gastos têm impacto de mais de 60% no PIB; saque do FGTS inativo ajudou no resultado do ano passado

Por Denise Luna (Broadcast) e Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

Mesmo ainda tímido, o consumo das famílias voltou a crescer em 2017 depois de dois anos de queda, mostrou o Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, divulgado nesta quinta-feira, 1º, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Aumento do consumo das famílias tem relação com os saques do FGTS inativo, quedas da inflação e dos juros, e a ligeira alta da massa salarial. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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No quarto trimestre, o consumo avançou 0,1% em relação ao trimestre anterior e 2,6% contra igual período de 2016. O consumo das famílias tem impacto de mais de 60% no PIB, e por isso tem resultado bem próximo da taxa principal, informou a coordenadora das Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Ela considerou o aumento do consumo das famílias o principal destaque de 2017, e justificou a melhora a fatores como os saques do FGTS inativo, quedas da inflação e dos juros, e a ligeira alta da massa salarial, puxada pela melhora no índice de emprego em relação a 2016.

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“Pela ótica da despesa, o grande destaque é o consumo das famílias; após dois anos de queda a gente vê crescimento de 1%”, destacou Rebeca. Segundo ela, o impacto da liberação dos recursos do FGTS ficou mais claro nos resultados divulgados no meio do ano. “Depois o dinheiro acabou, né?”, disse a economista, ao justificar a desaceleração do PIB ao longo de 2017.

O PIB brasileiro fechou o ano em alta de 1%, após elevações de 1,3% no primeiro trimestre; de 0,6% no segundo semestre; 0,2% no terceiro trimestre; e 0,1% no último trimestre, sempre na comparação com o trimestre anterior.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o crescimento mais baixo do PIB ao longo do ano traz indicações de que a ligeira melhora do mercado de trabalho não se traduziu em alta de consumo, como se previa. Para ele, não há motivo para festejar uma taxa tão baixa. “É preciso que alguém puxe o consumo, mas ainda não se encontrou o polo dinâmico que puxe a economia. Apesar do esforço do Banco Central baixando a Selic (juros), o canal do crédito está obstruído pelas reformas, pelas eleições.”

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Já o economista-chefe da Austing Rating, Alex Agostini, interpretou a alta de 1% no consumo das famílias em 2017 como uma pavimentação para o crescimento mais robusto em 2018. “Em 2017 as famílias usaram o dinheiro do FGTS para colocar a casa em ordem e melhorar seu perfil de dívida, o que joga para 2018 as condições melhores de crédito”, avaliou Agostini.

Para ele, o Brasil já superou a recessão e melhorou vários índices econômicos que puxaram o consumo, principalmente com a redução da inflação e dos juros.

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