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Conta de luz deve ficar mais barata com venda da Eletrobrás, diz ministro

Segundo chefe do Ministério de Minas e Energia, redução de custos e ganho de eficiência podem baratear tarifa no médio prazo; proposta será apresentada amanhã ao governo

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Por Eduardo Rodrigues e Fernando Nakagawa
Atualização:

BRASÍLIA - As contas de luz devem ficar mais baratas com a privatização da Eletrobrás, de acordo com o ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho. Em entrevista coletiva no início da manhã desta terça-feira, o ministro disse que serão feitos os cálculos sobre o impacto da desestatização da companhia sobre as tarifas cobradas aos consumidores. “Mas esperamos que, com a redução de custos e com os ganhos de eficiência no processo, a conta de luz fique mais barata no médio prazo.”

Conta de luz pode ficar mais barata após a privatização da Eletrobrás, diz ministro Foto: Itaci Batista/Estadão

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+ TEMPO REAL: Governo anuncia privatização da Eletrobrás

Na segunda-feira, 21, o governo anunciou oficialmente que pretende privatizar a Eletrobrás. De acordo com fato relevante da empresa, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a informação foi dada pelo ministro Fernando Coelho Filho, do Ministério de Minas e Energia (MME). A União permanecerá como acionista da companhia, por meio de uma classe especial, com direito a dividendos e poder de veto na administração. A proposta será apresentada amanhã ao conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), colegiado que analisa as concessões e privatizações do governo.

O ministro de Minas e Energia ressaltou que a medida trará mais competitividade e agilidade à empresa para gerir suas operações, "sem as amarras impostas às estatais". O MME citou, em nota, os exemplos dos processos de privatização da Embraer e da Vale. Nesta terça-feira, Coelho Filho lembrou que, no momento em que o governo deixa de ser o controlador, haverá perda das prerrogativas de indicações políticas nos conselhos da empresa. “Isso é muito semelhante com o que aconteceu com outras empresas, como a Vale”, repetiu.

Segundo o ministro, a intenção do governo é concluir o processo de desestatização da Eletrobrás até o fim do primeiro semestre do próximo ano. “A eleição se dará normalmente no segundo semestre, e esperamos concluir o processo até a metade do ano”, projetou.

Coelho Filho, disse ainda que a desestatização da Eletrobrás pode ser criticada em um primeiro momento, mas avaliou que o movimento vai ao encontro ao desejo dos clientes de um serviço eficiente.

“A população busca por um Estado, não digo grande nem pequeno, mas suficiente. Outros países desestatizaram suas empresas energéticas e não tiveram problemas com suprimento. O que precisamos ter é uma agência reguladora forte, com um mercado regulado que permite cobrar qualidade com preço adequado ao consumidor”, afirmou.

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Mercado. Em reação, as ações da Eletrobrás disparam 32,75% (ON) e 20,30% (PNB) no início do pregão desta terça-feira, 23, com o anúncio do governo de que pretende privatizar a empresa. Os papéis passaram por leilão estendido de abertura até por volta das 10h30, exatamente pela forte valorização, segundo informações da Agência Bovespa. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, chegou aos 70 mil pontos, patamar que não atingia desde 2011.

No exterior, as ações da Eletrobrás (EBR) subiram mais de 20% nas negociações “after-market” de Nova York. Os ativos que representam as ações ordinárias (ELET3) no Brasil eram negociados a US$ 5,51 no fim da noite de ontem, com alta de 23,8%. Na B3, a Bolsa brasileira, os papéis terminaram o dia negociados a R$ 14,20 (+3,35%).

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