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Conversa com secretário do Tesouro dos EUA foi produtiva, diz Meirelles

Ministro da Fazenda afirmou que secretário manifestou simpatia pelo interesse do Brasil em ficar fora de novas alíquotas

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Por Altamiro Silva Junior (Broadcast)
Atualização:

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, para discutir a sobretaxação do aço e alumínio foi "boa e produtiva" e o norte-americano "manifestou bom entendimento da situação", além de "simpatia" pelo interesse do Brasil de ficar de fora das novas alíquotas.+ Brasil articula com empresas americanas para derrubar sobretaxa de 25% ao aço

O ministro ressaltou não fez um pedido formal ao secretário para a isenção do Brasil das taxas adicionais, porque segundo Meirelles, Mnuchin não é a pessoa específica para isso. O ministro disse que Mnuchin ouviu os argumentos brasileiros, mas como não é só da área dele que depende a decisão, o secretário ficou de conversar com o titular do comércio, Wilbur Ross. "Não pedimos formalmente porque ele (Mnuchin) não é a pessoa a receber nenhum pedido formal", disse Meirelles. A reação do secretário do Tesouro dos EUA "foi muito positiva" em relação ao Brasil, ressaltou Meirelles. "Ele ouviu com muita atenção."

Apesar de classificar conversa como boa, Meirelles não fez pedido formal para isentar o Brasil de tarifas do aço Foto: André Dusek|Estadão

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Meirelles disse a jornalistas que na reunião com Mnuchin ele apontou que, com a exclusão do Canadá das novas tarifas, o Brasil passa a ser maior exportador de aço para EUA incluído nas medidas anunciadas por Donald Trump. "Essa taxação prejudica a indústria norte-americana. O produto semiacabado que o Brasil exporta pode encarecer os custos para a indústria americana", disse Meirelles, ressaltando que o produto é um matéria-prima para o setor manufatureiro dos EUA. "Ele manifestou bom entendimento da situação."+ Para distibuidores, medida protecionista dos EUA não afetou mercado doméstico

O ministro brasileiro disse ainda que ressaltou na conversa com o colega norte-americano que a balança comercial dos dois países tem sido favorável aos EUA nos últimos 10 anos. Na exportação de bens, os EUA têm saldo que em 10 anos somam US$ 90 bilhões e em serviços, US$ 150 bilhões. "Existe relação bilateral muito importante e achamos que não devia ser prejudicada por esse ato específico", disse Meirelles. "Se houver negociação, precisamos saber o que eles querem negociar", completou o ministro, ressaltando que o Brasil vai aguardar a manifestação dos EUA sobre o assunto.+ Brasil e Coreia do Sul podem se juntar contra lista do aço dos EUA

Meirelles disse que o secretário dos EUA manifestou que não é intenção de Washington desencadear uma guerra comercial. Ainda sobre o aço, Meirelles disse que o Brasil pretende cumprir os prazos estabelecidos pela Casa Branca para recorrer da decisão de Trump.

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