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Copa do Mundo rende R$ 12 bilhões aos bares em junho

Torcida lota os estabelecimentos em dias de jogos e surpreende empresários do setor

Por Idiana Tomazelli , Daniela Amorim (Broadcast), e Mário Braga
Atualização:

Com a bola rolando e sem o registro de grandes manifestações e protestos violentos, os bares comemoram o movimento que a Copa do Mundo levou aos estabelecimentos. Diante da demanda acima das expectativas, o segmento deve faturar R$ 12 bilhões no mês do Mundial de futebol, segundo previsão da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Em alguns bares, como nos da Vila Madalena, em SP, movimento chegou a triplicar Foto: Amanda Perobelli/Estadão

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No ano passado, a Copa das Confederações já havia incrementado a receita de bares e restaurantes, que ficou entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões no período entre junho e julho. “É a primeira vez que estamos vivendo um evento de impacto nacional tão prolongado. Não tínhamos essa expectativa”, diz o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci Júnior.

No balanço da entidade para as primeiras duas semanas do Mundial, o movimento nos bares cresceu em média 70% nos dias de jogos do Brasil - mas alguns locais receberam número de clientes duas ou até três vezes maior que o normal. O tempo de permanência dos clientes também é maior. Em outras Copas, o público aumentava de 50% a 70% nos jogos da seleção, lembra Solmucci Júnior.

“As pessoas estão assistindo ao máximo de partidas que podem”, diz. Seleções campeãs como Uruguai e Itália e até menos favoritas como Irã têm atraído torcedores. Daqui para frente, com menos jogos na segunda fase da Copa, a animação deve ser menor, mas a expectativa continua alta. “As pessoas devem continuar acompanhando, independentemente de o Brasil continuar na Copa”, prevê Solmucci.

Fora de casa. Já nos restaurantes, o impacto não tem sido grande. “A Copa não ajuda os restaurantes”, diz o presidente da Associação Nacional dos Restaurantes (ANR), Cristiano Melles. “Pode ser até que tenha queda no faturamento em relação à média.”

Há algumas razões para as perdas nos restaurantes. Em primeiro lugar, o horário dos jogos (muitos às 13h ou 19h) fez com que muita gente migrasse para o barzinho. Os feriados também reduziram o movimento corporativo, grande público de restaurantes. A exceção é a pequena parcela de estabelecimentos próximos a pontos turísticos. 

A opção por comer em casa também ajuda a explicar a baixa nos restaurantes. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) confirma que, na primeira fase da Copa, subiu o consumo de carne, pipoca, salgadinhos, cerveja e refrigerante. Pesquisa da Kantar Worldpanel mostra que 88% dos torcedores comem e bebem enquanto assistem às partidas.

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A estimativa da associação é de que as vendas sejam 5% maiores em junho em relação a um mês comum. “Mesmo quando não é dia de jogo, o consumo na cidade de São Paulo continua aquecido pela presença dos turistas”, diz o gerente de economia e pesquisas da Apas, Rodrigo Mariano. 

Na hotelaria, o dinheiro despejado pelos turistas pode salvar o setor em um ano de provável estagnação ou até queda no faturamento. O evento deve injetar R$ 650 milhões no setor, “Prevemos crescimento de 6% a 7%”, revela o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) Enrico Fermi.

Apesar disso, a CVC, maior empresa do setor de viagens, afirma que a vinda de 600 mil estrangeiros estimada inicialmente não deve se concretizar. A menor demanda teria levado, segundo a CVC, hotéis e companhias aéreas a baixarem os preços, barateando os pacotes nacionais. Os descontos chegam a 40%.

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