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Correios fazem novo PDV para cortar custos

Meta com o novo plano de demissão voluntária é fechar mais 5,46 mil vagas, o que proporcionaria uma economia mensal de R$ 54,5 milhões

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

Os Correios fazem uma nova tentativa de reduzir o quadro de pessoal. Na quinta-feira, foi aberto um novo programa de demissões voluntárias (PDV) para enxugar ainda mais sua folha de pagamento, após o plano de incentivo a desligamentos realizado no primeiro semestre ter terminado com adesões inferiores à meta da companhia. O novo prazo de adesões vai até 29 de dezembro, último dia útil do ano.

 O objetivo deste novo plano, aprovado em agosto pela diretoria executiva da estatal, é fechar 5.460 vagas. Se o número for confirmado, isso significará uma economia mensal de R$ 54,5 milhões com pagamento de salários. Só entre carteiros, os Correios pretendem tirar 2 mil profissionais das ruas.

Mudança.Antes, só servidor com 55 anos de idade poderia aderir a PDV, agora aberto a quem está nos Correios há 15 anos Foto: Helvio Romero/Estadão

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Com o PDV realizado no primeiro semestre, quando as adesões chegaram a 6,26 mil, os Correios já tinham conseguido enxugar em R$ 68,6 milhões os gastos mensais com o efetivo. Apesar do grande número de funcionários que aderiram ao plano, o total ficou abaixo da meta da estatal, que, em grave crise financeira, pretendia cortar na ocasião 8,2 mil empregados e enxugar a folha em R$ 72,9 milhões por mês. 

Ao reeditar o programa, os Correios poderão ampliar para 10% o corte de um quadro que, antes dos PDVs, somava aproximadamente 117 mil pessoas.

Novos parâmetros. Para atingir um público maior, a empresa retirou a exigência de idade mínima de 55 anos dos últimos PDVs, permitindo agora a adesão a todos os empregados com pelo menos 15 anos de trabalho na companhia de serviços postais. É oferecido como incentivo aos pedidos de demissão uma indenização calculada de acordo com os proventos recebidos nos últimos cinco anos – incluindo não só salários, mas também gratificações e complementos salariais – e o tempo de serviço do funcionário. 

A ideia inicial da empresa era reabrir o PDV em setembro, mas o plano foi adiado em razão da greve deflagrada pela categoria em todo o País durante a campanha salarial. Ao confirmar em nota a abertura do que chama de novo ciclo do Plano de Desligamento Incentivado (PDI), os Correios atribuem a medida à necessidade de "acertar as contas". 

Privatização. Por conta da situação financeira difícil, Em situação financeira difícil, o governo estuda até a possibilidade de privatizar os Correios. Em setembro, o ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, disse que ideia estava em estudos, embora devesse ser feita com cuidado.

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“A situação financeira, pelas informações que o (Ministério do) Planejamento tem e nos passa, é muito difícil”, disse o ministro. “Até porque do ponto de vista tecnológico, há quanto tempo você não manda um telegrama, as pessoas perderam muito o hábito do uso da carta”, afirmou. Segundo o ministro, a tendência é dos Correios passarem a atuar no setor de logística. 

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