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CPI do Carf aprova convocação de presidentes da Anfavea, Ford e Mitsubishi

Justificativa é que empresas teriam participado do esquema de corrupção no conselho da Receita, investigado na Operação Zelotes

Por Isadora Peron
Atualização:

Atualizado às 18h50 para correção de informações

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BRASÍLIA - A CPI que apura denúncias de irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aprovou nesta terça-feira a convocação de uma série de empresários do ramo automobilístico, do sistema bancário e da área da comunicação. Entre os convocados para prestar esclarecimentos estão os presidentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), da Ford e da Mitsubishi. Representantes do Banco Santander e do grupo RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul, também foram chamados a depor na comissão. Ao todo, 13 requerimentos foram aprovados.

A justificativa para chamar Luiz Moan Yabiku Junior, da Anfavea, e os gestores da Ford e da Mitsubishi é que essas empresas teriam participado do esquema de corrupção investigado na Operação Zelotes.

Presidente da Anfavea, Luiz Moan: 'Estamos regredindo 13 anos' Foto: Clayton de Souza/Estadão

O vice-presidente do Santander, Marcos Madureira, e o diretor executivo da RBS, Eduardo Sirotsky, também foram convocados a dar explicações. Segundo relatórios da Polícia Federal, as duas empresas também teriam participado do esquema. Foram convocados ainda quatro ex-conselheiros e o ex-presidente do órgão Edson Pereira Rodrigues. Lutero Fernandes do Nascimento, assessor direto de Otacílio Dantas Cartaxo, que também presidiu o Carf, também foi chamado.

Última instância administrativa a que os contribuintes podem recorrer contra decisões da Receita, o Carf teve suas atividades interrompidas em março, por causa das investigações da Polícia Federal que descobriu a existência, no órgão, de uma articulação criminosa para anular ou reduzir multas aplicadas a empresas.

A Operação Zelotes descobriu fraudes bilionárias em favor de grandes empresas. Nas apurações iniciais, a polícia identificou perdas de cerca de R$ 6 bilhões para a Receita Federal. O esquema de propinas e de tráfico de influência entre conselheiros do Carf pode ter causado prejuízos de mais de R$ 19 bilhões.

Outro lado. Em resposta à aprovação nesta terça-feira da convocação de seus dirigentes para depor na CPI do Congresso que apura irregularidades no Carf, a Ford declarou que ainda não foi contatada por nenhum representante do governo ou do Ministério Público no âmbito dessas investigações. 

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Em nota enviada ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, a montadora também ressaltou que, como uma empresa "comprometida com a ética e com a integridade em todos os aspectos do negócio", tem uma "posição forte e clara contra a corrupção em todas as nossas operações ao redor do mundo". (Com informações de Igor Gadelha)

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