As grandes dúvidas são a China e o Brasil. A desaceleração da economia chinesa, em fase de transição, com a queda de exportações e maior demanda no mercado interno, pode vir a causar um certo estresse no mercado. Também age nesse sentido a intervenção do governo de Pequim nas empresas, tanto as estatais como as consideradas “privadas”, como parte de sua campanha de combate à corrupção.
Já com relação ao Brasil, o economista Alberto Ades, do Bank of America Merril Lynch, observa que a situação atual é o inverso da de 2011, quando, no comando do Ministério da Fazenda, Guido Mantega se queixava nos foros internacionais da “guerra cambial” em que os países desenvolvidos estariam empenhados, de modo a forçar a valorização das moedas dos emergentes, engolfados por um “tsunami financeiro”.
Agora, o volume de aplicações no Brasil deverá ser diminuto. Além da perda do grau de investimento pelo País, os investidores estão assustados com uma retração de 3,5% do PIB em 2015, em meio a uma crise político-econômica sem solução rápida à vista, não se sabendo se a presidente Dilma Rousseff continuará no poder depois dos primeiros meses de 2016. O diferencial do Brasil, dizem os analistas, é a altíssima taxa de juros, hoje em 14,25% e que poderá ser elevada na reunião do Copom marcada para os dias 19 e 20 deste mês.
Para a América Latina como um todo o IIF estima que os investimentos externos, que em 2015 ficaram em US$ 274 bilhões, possam chegar a US$ 282 bilhões em 2016, ainda aquém do patamar de 2014 (US$ 316 bilhões). Os países da região sofrem os efeitos da queda dos preços das commodities, não havendo previsão de recuperação no médio prazo. Por sinal, analistas de vários bancos preveem que o preço do barril de petróleo permaneça abaixo de US$ 40 em 2016.