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Cuidado com peças usadas no conserto do carro

Mecânico que usa peças do mercado paralelo ou usadas pode ir para a cadeia. Especialistas alertam o motorista para que fique atento.

Por Agencia Estado
Atualização:

Cuidados com o carro são essenciais por uma questão de segurança. Mas não adianta só fazer revisões e consertos periódicos, é preciso ficar atento à qualidade das peças que são utilizadas em seu veículo. Especialistas dizem que a maior parte das peças originais vêm em embalagem lacrada e com o símbolo da montadora. Para os mecânicos, o Procon faz uma advertência: usar peças de segunda mão ou não original é crime e pode dar cadeia. O assistente de direção do Procon-SP - órgão de defesa do consumidor ligado ao governo -, José Carlos Guido diz que o Artigo 70 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) prevê como crime a utilização pelo mecânico de peças usadas ou sem garantias da montadora. "Se o mecânico não tiver uma autorização por escrito do proprietário do carro para usar peças com qualidade inferior, ele pode pegar de três meses a um ano de detenção, além de pagar multa", garantiu. O especialista também afirmou que o mecânico é obrigado a informar que peça está usando para fazer o conserto. "Elas devem ser, de acordo com o Artigo 21 do CDC, originais, adequadas e novas", informou. Guido ainda disse que a peça que foi retirada deve ser devolvida ao dono do carro, "salvo quando há um acordo de troca entre proprietário e mecânico". Guido ressaltou a importância de se ter atenção com o veículo. "É uma questão de segurança: dirigir com peças de má qualidade pode acarretar acidentes, muitas vezes fatais. As peças originais são mais caras, mas esse preço deixa subentendida uma garantia de segurança maior" Atenção à caixa e ao emblema da montadora Gerente de peças da Davox, concessionária da Volkswagen, Éric Ebling Dubugras informou que não é muito difícil diferenciar uma peça original de uma falsa. "Cerca de 90% das peças originais vêm dentro de uma caixa fechada. Os outros 10% são peças de lataria", disse ele. "Mas todas elas são marcadas com o emblema da montadora." Dubugras também afirma que peças raramente têm data de validade. "Apenas fluídos e óleo têm, e o consumidor deve ficar atento na hora de trocá-los." De acordo com o especialista, o proprietário do veículo deve utilizar peças novas e originais, inclusive por uma questão de economia. "Elas são mais caras do que as vendidas no mercado paralelo, mas têm garantia de fábrica e, caso haja algum defeito, são trocadas sem ônus para o motorista", informou. Guido, do Procon, também orienta o consumidor para que guarde a nota fiscal que recebeu do mecânico. "Ela é uma garantia na hora de fazer uma eventual troca." Como proceder para garantir seus direitos Quando vai fazer uma revisão ou um conserto, o motorista tem o direito de receber um orçamento prévio sem qualquer compromisso. "O consumidor tem o direito de escolher a melhor oferta", disse Guido. "O mecânico não pode obrigá-lo a assumir um compromisso antes de prestar o serviço", completou o especialista. Se não for possível verificar o material empregado pelo mecânico no conserto, o proprietário deve exigir a caixa das peças e a nota fiscal delas. Caso verifique qualquer tipo de problema, o dono do veículo deve procurar os órgãos de defesa do consumidor, como Procon e Idec, a Justiça, ou até mesmo a polícia, já que o mecânico comete crime se não utiliza peças originais, adequadas e novas no conserto.

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