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Dados mostram que há tendência de alta no desemprego, diz IBGE

A dispensa de trabalhadores temporários pode ser um dos fatores por trás do aumento de desemprego

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

RIO - A taxa de desemprego de 7,4% no trimestre até fevereiro se mostrou maior em relação aos três meses até janeiro (6,8%), o que reflete uma tendência de elevação na desocupação, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A dispensa de trabalhadores temporários pode ser um dos fatores por trás desse aumento.

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"A taxa já se mostra maior em relação ao mês anterior. É uma tendência de alta na taxa de desocupação", afirmou Azeredo. "Isso é sazonal, é comum subir nos primeiros meses no ano. Ainda tem emprego temporário nessa conta. Mas só esses dados de janeiro e fevereiro já mostram que taxa cresce significativamente. A grande expectativa é quando a taxa vai sofrer inflexão."

O coordenador ressaltou, contudo, que os trimestres encerrados em janeiro e fevereiro repetem dados de alguns domicílios. Segundo o IBGE, 66% da amostra é igual nos dois períodos, enquanto o restante inclui dados inéditos. Portanto, a comparação serve apenas como indicativo de tendência. 

A tendência de queda na população ocupada no início de 2015 é mais intensa do que o ocorrido em anos anteriores, afirmou Azeredo. Isso indica que as demissões podem ir além do movimento sazonal de dispensa de trabalhadores temporários. "Há uma queda maior do que em anos anteriores na ocupação. Além dos temporários, os efetivos podem ter ido (embora) juntos", disse Azeredo.

No trimestre até fevereiro, a população ocupada somou 92,305 milhões de pessoas, menos do que nos três meses até janeiro (92,690 milhões) e até dezembro de 2014 (92,875 milhões). A dinâmica se traduziu em tendência de elevação na taxa de desemprego. 

"A taxa (de fevereiro) já se mostra maior em relação ao mês anterior. É uma tendência de alta na taxa de desocupação", afirmou Azeredo. No trimestre até fevereiro, a taxa de desocupação ficou em 7,4%, contra 6,8% nos três meses até janeiro, informou hoje o IBGE. 

Baixa geração de vagas. A procura por trabalho aumentou no trimestre até fevereiro de 2015 em relação a um ano antes, mas a geração de vagas não foi suficiente para absorver todo esse contingente. O resultado foi a elevação da taxa de desemprego na comparação anual, afirmou Azeredo.

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"A pressão sobre o mercado de trabalho do lado da procura está muito mais forte (em relação a 2014)", afirmou Azeredo. Nesse período, a economia brasileira continuou gerando vagas, mas o ritmo de crescimento da população desocupada foi mais intenso. A taxa de desemprego passou para 7,4% no trimestre até fevereiro de 2015, contra 6,8% um ano antes. "Embora tenham sido gerados postos de trabalho, isso foi inferior ao crescimento da população desocupada. A geração de vagas não foi suficiente para conter a elevação da taxa de desocupação", afirmou o coordenador.

Entre fevereiro de 2014 e de 2015, a força de trabalho foi engrossada por 1,596 milhão de pessoas, mas apenas 818 mil conseguiram um emprego. Outros 778 mil entraram na fila do desemprego, segundo o IBGE. 

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