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'Decisão é surreal', diz advogado sobre confisco de bens dos Batistas

Defensor dos irmãos Batista diz que acordo de leniência continua em vigor e que juiz errou ao basear-se e em relatos da imprensa para bloquear bens da família

Foto do author Fernando Scheller
Por Fernando Scheller
Atualização:

O advogado Ticiano Figueiredo, que defende a família Batista dentro dos processos relacionados à Operação Bullish, afirmou que a decisão do juiz Ricardo Leite de bloquear os bens dos Batistas é "surreal".

Nesta sexta-feira (6), a Justiça Federal decretou o bloqueio de bens e valores de toda a família Batista, da JBS - grupo que mergulhou o governo Michel Temer em sua pior crise política.

Decisão de juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, bloqueou os bens e valores de Joesley Batista Foto: Adriano Machado / Reuters

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A decisão foi tomada pelo juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, na Operação Bullish - investigação sobre suposto favorecimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às empresas da família Batista.

O confisco ordenado por Ricardo Leite alcança cerca de 20 empresas do grupo e pessoas físicas, inclusive seus principais acionistas, os irmãos Joesley e Wesley Batista, atualmente presos na sede da Polícia Federal em São Paulo, na zona oeste da capital paulista.

Base. De acordo com o advogado, o juiz baseou-se em relatos da mídia para declarar rescindido o acordo de delação dos irmãos Batista. No entanto, segundo Figueiredo, o acordo encontra-se "plenamente em vigor", de acordo com uma decisão da mesma vara. 

Figueiredo, que também já defendeu o ex-deputado Eduardo Cunha, afirmou ainda que o primeiro passo da defesa será entrar com uma petição comunicando o desembargador Olindo Menezes do descumprimento de sua decisão, que liberou os bens dos Batistas. 

"Essa será nossa primeira medida", disse o advogado. No entanto, o escritório também pretende elaborar um habeas corpus recurso para derrubar a decisão de Leite até a próxima segunda-feira (9).

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Em julho, o juiz Ricardo Leite havia vetado a venda de operações da JBS no Uruguai, no Paraguai e na Argentina para o rival Minerva. A decisão foi posteriormente derrubada por Menezes.

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