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Demanda fraca assusta empresários

Em 2014, a receita do polo industrial da Zona Franca de Manaus, em dólar, tinha caído quase 4% em relação a 2013

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

Mais do que o câmbio, que encarece os custos dos eletrônicos fabricados na Zona Franca de Manaus, porque têm boa parte dos componentes importados, o que está pesando para as indústrias do polo é a falta de demanda por seus produtos.

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“Esse é o grande problema”, afirma Gustavo Igrejas, superintendente em exercício da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O polo reúne cerca de 500 indústrias. Ele diz que o quadro é mais crítico, com queda de vendas e acúmulo de estoques, nos segmentos de motocicletas, aparelhos de ar-condicionado e televisores.

No caso das motos, cuja produção somou 1,6 milhão de unidades no ano passado, a perspectiva é que fique abaixo de 1 milhão este ano. O segmento de aparelhos de ar-condicionado, que bateu o recorde de produção de 4,8 milhões de unidades em 2014, está superestocado. E os televisores, que são o ícone do setor eletroeletrônico, registram queda de 40% em número de unidades vendidas este ano.

Produção na Zona Franca de Manaus 

É bem verdade que a base de comparação de vendas de TVs, que foi o primeiro semestre do ano passado é forte, por causa da Copa do Mundo. Mas, mesmo assim, a queda é expressiva. Há fabricantes que estão vendendo neste ano mensalmente menos da metade das quantidades comercializadas em meses de anos normais, sem Copa do Mundo.

Diante desse cenário, Igrejas diz que se o faturamento da Zona Franca fechar este ano com o a mesma cifra de 2014, que foi de US$ 37,1 bilhões, será um bom desempenho. No ano passado, a receita do polo em dólar tinha caído quase 4% em relação a 2013.

Segundo semestre. “O pessoal está assustado com as notícias de demissões, com baixos reajustes dos salários e, por isso, não compra”, afirma Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação que reúne os fabricantes de eletrodomésticos e eletrônicos. As vendas de geladeiras, fogões e lavadoras, também estão em baixa e caíram entre 10% e 15% no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2014. 

“Espero que esse quadro mude no segundo semestre”, diz Kiçula. Segundo Igrejas, essa também é a expectativa dos empresários que estão dando férias coletivas para evitar demissões.

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