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Demanda por voos domésticos recua pelo oitavo mês seguido

No acumulado de 2016, a demanda doméstica registra queda de 4,8%; a oferta, por sua vez, acumula retração de 3,7%

Por Victor Aguiar
Atualização:
Nem mesmo os meses de alta temporada, como dezembro, janeiro e fevereiro, tiveram expansão na demanda de voos Foto: Dida Sampaio/Estadão

A demanda doméstica por viagens aéreas recuou 7,3% em março na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que reúne os dados das principais companhias aéreas brasileiras (TAM, Gol, Azul e Avianca). Há oito meses consecutivos o setor registra queda na demanda doméstica, com baixas que variaram de 0,6% (agosto) a 7,9% (novembro) em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Nem mesmo os meses de alta temporada, como dezembro (-4,92%), janeiro (-4,01%) e fevereiro (-3,03%), tiveram expansão. No acumulado de 2016, a demanda doméstica registra queda de 4,8% ante o primeiro trimestre de 2015. A oferta, por sua vez, apresentou retração de 7,5% no mês passado em relação a março de 2015. Com isso, a taxa de ocupação doméstica teve alta de 0,2 ponto porcentual (p.p.) no terceiro mês deste ano, para 77,63%. Nos três primeiros meses do ano, a oferta acumula queda de 3,7%, levando a taxa de ocupação doméstica a recuar 0,92 p.p., para 79,98%. No total, as empresas aéreas brasileiras embarcaram em março 7,2 milhões de passageiros no mercado doméstico, o que corresponde a uma queda de 6,6% ante o mesmo mês de 2015. No ano, o número de pessoas transportadas no mercado doméstico soma 23,2 milhões de passageiros, queda de 4,3% na base anual. Em termos de participação de mercado, medida pela demanda por RPK (passageiro-quilômetro transportado), a TAM ficou na liderança no mercado doméstico em março, com 37,18%, superando a GOL, com 32,93%. Em seguida vem a Azul, com 18,01%, e a Avianca, com 11,89%.Internacional. No mercado internacional, a demanda caiu 0,7% em março frente ao mesmo mês de 2015, encerrando um ciclo de 24 meses de crescimento. Já a oferta recuou 3,5%, levando a taxa de ocupação a subir 2,22 pontos porcentuais, para 78,37%. No segmento internacional, a TAM ficou com 79,5% do mercado em março, enquanto a Gol ficou com 13,55%. A Azul chegou a 6,9%, enquanto a Avianca teve participação de 0,05%. No segmento, as empresas brasileiras embarcaram juntas 586 mil passageiros no mês passado, alta de 2,5%. Nos três primeiros meses de 2016, a demanda internacional cresceu 4% e a oferta teve elevação de 2,45%. A taxa de ocupação acumula alta de 1,24 ponto porcentual, para 81,58%. O total de passageiros transportados somou 1,9 milhão, expansão de 6,8% sobre o mesmo intervalo de 2015. Crise. As aéreas brasileiras estão buscando saídas para sobreviver à crise econômica pela qual o País passa. A Gol, por exemplo, reconheceu que precisa fazer uma reestruturação financeira para garantir sua sobrevivência no médio e longo prazo e contratou duas consultorias financeiras - a PJT Partners e a SkyWorks Capital, a última especializada em contratos de leasing de aeronaves - para encontrar soluções que aumentem a liquidez da empresa. 

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