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Depois de Gisele Bündchen, agora é Ivete Sangalo que critica extinção de reserva na Amazônia

Cantora baiana se manifestou no Instagram contra decisão do governo Temer de extinguir reserva mineral do tamanho do Espírito Santo para exploração mineral

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Por Redação
Atualização:

Depois de Gisele Bündchen criticar o governo Temer sobre um decreto que extingue a Reserva Nacional de Cobre e Associadas, na Amazônia, foi a vez de Ivete Sangalo usar as redes sociais para manifestar seu desagravo com a medida.

"Quanta notícia difícil de aceitar. Brincando com o nosso patrimônio? Que grande absurdo. Tem que ter um basta", escreveu a cantora baiana em seu perfil na rede social Instagram.

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Na última quarta-feira, o presidente Michel Temer editou decreto que extingue a reserva de 47 mil quilômetros quadrados na Amazônia, uma área equivalente ao Estado do Espírito Santo, rica em cobre e outros minerais. Localizada entre os Estados do Pará e do Amapá, a reserva havia sido instituída em 1984.

Segundo o texto do decreto, a extinção da reserva “não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”.

Um dia depois, a modelo Gisele Bündchen usou o Twiter para se manifestar contra a medida. "Vergonha! Estão leiloando nossa Amazônia!", escreveu. "Não podemos destruir nossas áreas protegidas em prol de interesses privados", disse Gisele na rede social. A publicação da modelo, no início da tarde de quinta-feira, teve mais de 1,2 mil curtidas. 

WWF. De acordo com o diretor executivo da ONG WWF-Brasil, Maurício Voivodic, a medida pode colocar em risco áreas protegidas, podendo provocar impactos irreversíveis ao meio ambiente e povos da região. “Além da exploração demográfica, desmatamento, perda da biodiversidade e comprometimento dos recursos hídricos, haverá acirramento dos conflitos fundiários e ameaça a povos indígenas e populações tradicionais”, disse, em texto publicado no site da instituição.

A reserva do cobre foi criada por meio de um decreto publicado em 24 de fevereiro de 1984. Numa canetada, o presidente militar João Figueiredo esquadrinhou uma área de mata fechada com oito vezes a dimensão do Distrito Federal. O plano dos militares era explorar, por meio de uma estatal, grandes jazidas de cobre encontradas na região, mineral extremamente valorizado à época por conta das atividades do setor elétrico. Ocorre que esse plano nunca saiu do papel. Passados 33 anos desde a criação da reserva, o que de fato se criou sobre essas terras foram delimitações de sete florestas protegidas e duas terras indígenas, cobrindo praticamente 80% de toda a área.

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A área engloba nove áreas protegidas: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru e as Terras Indígenas Waiãpi e Rio Paru d’Este. De todas essas unidades e terras indígenas, apenas uma pequena parcela da Floresta Estadual Paru prevê atividades de mineração.

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