No período em que os juros básicos ficaram estacionados – o mais longo ciclo de estabilidade da taxa desde a introdução do regime de metas de inflação –, de fins de julho de 2015 até agora, a inflação avançou, no acumulado em 12 meses, de 6,5% a 9,32%, passando por um pico de 10,71%, em janeiro deste ano. A paralisia do Copom deixou claro que, diante do aumento exponencial dos desequilíbrios fiscais e da consequente escalada da dívida pública, em situação de dominância fiscal ou no seu limiar, a política monetária perdeu eficácia.
Discute-se agora quando os juros começarão a cair e em que proporção. A tendência de queda da inflação, que se mantém apenas com ligeiras altas, apesar dos repiques de abril e maio, abre, sem dúvida, espaço para cortes nas taxas básicas.
Os episódios de resistência a quedas que a inflação teima em apresentar, como os verificados em meses anteriores, contudo, assim como eventuais dificuldades na aprovação dos programas de ajuste em sua integridade, podem contribuir para adiar o início do ciclo de redução dos juros e frear a velocidade com que deve ser posto em prática.