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Desatenção com infraestrutura causa prejuízo

SÃO PAULO - A falta de infraestrutura de logística e de transportes resulta na ineficiência e na perda de competitividade, o que tem como consequência um efeito cascata de aumento de custos na cadeia produtiva. A opinião é do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado.

Por Fátima Lessa
Atualização:

Estudos encomendados pelos setores produtivos da Região Centro-Oeste apontam que a falta de infraestrutura impacta em perdas de até 30% no lucro final do produtor. Dados de associações de produtores da região apontam perdas entre 10% a 12% no pós- colheita por causa das péssimas situações das estradas e da falta de armazéns. Para eles, essa desatenção com o setor também trava o desenvolvimento do País e causa prejuízos em toda a cadeia produtiva. Estradas ruins causam prejuízos aos produtores e aos consumidores e o produto final que chega ao supermercado precisa ser mais barato para quem compra ao mesmo tempo que deve remunerar de forma justa quem produz.A principal via de escoamento de grãos passa pela BR-163, que está saturada há décadas. "É um problema que se arrasta há mais de 25 anos", diz o deputado federal Nilson Leitão (PSDB/MT). Para os produtores, a duplicação melhoraria em muito a condição da BR-163, mas também são necessárias outras ações como recapeamento e manutenção da rodovia até Santarém, no Pará. O presidente da Famato afirma que o Estado tem condições de usar outros modais para desafogar o trânsito de caminhões e carretas nas estradas. Uma das melhores opções seria a hidrovia. Há investimentos em projetos da Hidrovia Teles Pires-Tapajós, Arinos-Juruena-Tapajós, Tocantins-Araguaia e Paraguai-Paraná. Só com a Teles Pires-Tapajós seria possível reduzir o custo do frete em 60%, levando a produção do Mato Grosso para os portos de Santarém e Miritituba no norte. A chegada da malha ferroviária da Ferronorte até Rondonópolis, este ano, deve melhorar o escoamento da produção até o Porto de Santos. Os produtores esperam que novas obras saiam do papel, como a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) até Lucas do Rio Verde.

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