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Desemprego deve registrar novo recorde em março

Por Agencia Estado
Atualização:

O mês de março deve apresentar nova elevação da taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo, segundo expectativa da gerente de análises da Fundação Seade, Paula Montagner, e do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), Clemente Ganso Lúcio. Isto porque, segundo eles, a queda ou pelo menos a estabilidade da taxa costuma ser historicamente verificada apenas em abril. Os técnicos preferiram não apostar em um número específico, mas vale lembrar que a taxa saltou de 19,1% em janeiro para 19,8% no mês seguinte. "Este aumento não surpreendeu. Até porque já registramos elevações mais significativas do desemprego na região na comparação dos meses do primeiro bimestre em outros anos", avaliou Paula. De acordo com ela, não só o movimento é típico em fevereiro como também sua intensidade de queda não foi uma das maiores registradas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Seade/Dieese. "A taxa é um efeito cumulativo de muitos anos", analisou Lúcio, acrescentando que o nível de atividade econômica está reduzido não apenas no setor industrial e que seriam precisos novos investimentos para a criação de postos de trabalho. Vale lembrar que a taxa média do desemprego em 2003 foi 19,9% superior, portanto, à registrada em fevereiro. A taxa de desemprego apenas no município de São Paulo, que responde por 60% da População Economicamente Ativa (PEA) da região, subiu de 18,1% em janeiro para 19,1% no mês passado, abaixo do crescimento total. Nas demais cidades, o avanço foi de 20,3% para 20,7%, com destaque para a região do ABC, cuja variação de desemprego foi elevada de 18,6% para 19,6% no período. Entre os destaques de grupos que mais sofreram com o desemprego na região metropolitana de São Paulo no mês passado estão homens (4,8%), filhos (5,9%) e adolescentes de 15 a 17 anos (7,1%). Na observação de segmentos, os mais prejudicados em fevereiro foram homens (de 47,3% para 47,9%), pessoas de 10 a 24 anos (de 45,9% para 47,2%), pessoas com ensino médio completo e superior incompleto (de 32,2% para 33,6%) e filhos (de 43,1% para 44,7%).

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