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Desemprego na Região Metropolitana de SP sobe para 13,2%

Setor de serviços foi o que mais eliminou postos de trabalho em junho; rendimento dos ocupados recuou 6,5% em um ano 

Por Igor Gadelha
Atualização:

Atualizado às 11h55

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A taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) subiu para 13,2% em junho, ante 12,9% em maio, aponta a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta quarta-feira. Segundo a Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foi o quinto mês consecutivo de alta, em comportamento "não usual" para o período, no qual costuma ocorrer "estabilidade ou redução" do desemprego. A taxa de junho também ficou acima da verificada em igual mês de 2014, quando alcançou 11,3%.

No mês passado, o total de desempregados foi estimado em 1,467 milhão de pessoas - 32 mil a mais do que em maio. Esse resultado decorreu da redução do nível de ocupação, estimado em 9,6 milhões de pessoas, após a eliminação de 42 mil postos de trabalho (queda de 0,4% ante maio), e da "relativa estabilidade" da População Economicamente Ativa (PEA), após 10 mil pessoas saírem da força de trabalho na região (recuo de 0,1% na margem).

Sob a ótica setorial, o aumento da taxa de desemprego em junho decorreu das reduções nos setores de Serviços (-1,1%, correspondente a eliminação de 63 mil postos de trabalho) e, em menor proporção, na Indústria de Transformação (-0,5%, ou 7 mil vagas eliminadas) e na Construção (-0,4%, ou 3 mil fora da força de trabalho) - retrações não compensadas pelo aumento de 2,5% do número de vagas no setor de Comércio e Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas, após a criação de 41 mil postos.

Na comparação com maio de 2014, os rendimentos médios reais tanto de ocupados (-6,5%) quanto de assalariados (-5,4%) caíram. Com isso, as massas de rendimentos também recuaram na variação anual: a dos ocupados recuou 6,6%, enquanto a dos assalariados tombou 4%. O rendimento dos ocupados ficou em R$ 1.941 em maio, enquanto o dos assalariados foi de R$ 1.945. 

Já no confronto entre maio e abril, o rendimento dos ocupados teve leve alta de 0,7%. A renda média real dos assalariados também cresceu nessa base de comparação, com avanço de 0,2%. Com isso, a massa de rendimentos também cresceu na comparação com o mês imediatamente anterior: a dos ocupados subiu 1%, enquanto a dos assalariados aumentou 0,5%.

Outras regiões. Na passagem de maio para junho, a taxa de desemprego avançou em apenas duas das seis regiões metropolitanas. Em outras três regiões, a taxa registrou leve queda, considerada pelas entidades como "relativa estabilidade", e não variou em uma delas. Segundo a pesquisa, no período, a taxa aumentou em Porto Alegre e São Paulo, enquanto caiu no Distrito Federal, Fortaleza e Salvador e permaneceu a mesma no Recife. 

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Entre junho e maio, o maior aumento da taxa de desemprego ocorreu em Porto Alegre, onde passou de 7,8% para 8,5%. Já no Distrito Federal, a taxa caiu de 14,4% em maio para 14,2% em junho, enquanto em Fortaleza diminuiu de 8% para 7,9% e, em Salvador, de 18,2% para 18%. Na região metropolitana do Recife, a taxa se manteve inalterada em 13,5% no sexto mês do ano assim como em maio. 

Já o rendimento médio real dos ocupados aumentou em duas das seis regiões metropolitanas: de São Paulo (0,7%, passando a equivaler a R$ 1.941) e do Distrito Federal (0,4%, para R$ 2.710). Em Fortaleza, (-1,6%, para R$ 1.193), Salvador (-1,2%, para R$ 1.296) e Porto Alegre (-0,7%, para R$ 1.865), a renda caiu. No Recife, o rendimento médio real dos ocupados praticamente não variou, ao cair apenas 0,1%, para R$ 1.273.

O rendimento médio real dos assalariados, por sua vez, cresceu nas regiões metropolitanas de São Paulo (0,2%, para R$ 1.945) e do Recife (0,8%, para R$ 1.377), mas caiu em Fortaleza (-2%, para R$ 1.247), Salvador (-1,9%, para R$ 1.357) e Porto Alegre (-1,7%, para R$ 1.827). No Distrito Federal, por sua vez, a renda se manteve praticamente estável, ao passar de R$ 2.906 em abril para R$ 2.904 em maio.

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