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Dilma chega à Rússia para participar de cúpula dos Brics

Presidente traz na comitiva os ministros das Relações Exteriores, Defesa e Ciência e Tecnologia, além do presidente do Banco Central; na pauta, relações multilaterais, crescimento e finanças e crises na Grécia e Ucrânia

Por Andrei Netto
Atualização:

UFÁ, RÚSSIA - A presidente Dilma Rousseff chega às 19h, horário local - 11h em Brasília - desta quarta-feira, 8, a Ufá, na Rússia, onde participará à noite da abertura da cúpula dos Brics. A reunião organizada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, tem como objetivo estreitar as relações econômicas entre os cinco grandes emergentes, organizando a entrada em operações do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e do Fundo Contingente de Reservas (CRA), lançados no ano passado, em Fortaleza. 

A comitiva brasileira deixou Brasília na terça-feira, fez uma escala técnica em Porto, em Portugal, onde a delegação pernoitou, e seguiu viagem à região centro-sul da Rússia, em que se situa Ufá. Na noite desta quarta-feira, 8, um jantar será promovido por Putin para receber Dilma, o presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modri, os protagonistas da cúpula, além de seus ministros e assessores.

Reunião pretende estreitar laços entre líderes de países emergentes Foto: Reuters

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Para o governo russo, a cúpula dos Brics é uma oportunidade de mostrar que o país não está isolado pela comunidade internacional, mesmo com as sanções impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia em razão do conflito no leste da Ucrânia. A crise diplomática e militar deve ser evocada, assim como a turbulência da Grécia e da zona do euro - tema que no entanto não constava até a terça-feira do rascunho de declaração final que será publicada ao término do evento.

Mas o maior interesse da cúpula é a coordenação econômica e financeira entre os grandes emergentes, que enfrentam reduções em seus ritmos de crescimento ou, no caso do Brasil e da Rússia, recessões. "O sentido desta cúpula é aprofundar o diálogo entre os chefes de Estado, procurando avançar na coordenação, especificamente na área financeira, e também nos grandes temas da governança internacional", explicou o sherpa brasileiro nos Brics, José Alfredo Graça Lima. 

Um dos focos de interesse será o roadmap, o projeto de estratégia de parceria econômica para áreas como investimentos em infra-estrutura, comércio, energia, agricultura, tecnologia, entre outras, com iniciativas para acelerar o ritmo de crescimento. "É preciso um mapa do caminho para responder esses desafios - como a queda do ritmo da economia global, a queda do preço das commodities, a queda do preço do petróleo. Todas essas novidades no cenário atual demandam por parte dos países dos Brics uma resposta, uma ação para enfrentar esses desafios", explicou Graça Lima. 

Outro tema importante é a criação das regras de funcionamento do Fundo Contingente de Reservas (CRA), espécie de Fundo Monetário Internacional dos Brics, que disporá de US$ 100 bilhões - dos quais US$ 18 bilhões do Brasil. A outra instituição criada pelos quatro sócios dos Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), entra neste ano em fase operacional com um total de US$ 50 bilhões para financiar projetos de infra-estrutura.

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