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Dilma critica PEC do teto dos gastos e diz que brasileiro não votou por medida

A dois dias do julgamento do impeachment, presidente afastada disse ter 'muita preocupação' com flexibilização de leis trabalhistas

Foto do author Daniel  Weterman
Foto do author Pedro  Venceslau
Por André Ítalo Rocha , Daniel Weterman e Pedro Venceslau
Atualização:

A dois dias do início do julgamento do impeachment no Senado, a presidente afastada Dilma Rousseff fez duras críticas à política econômica do governo interino de Michel Temer, tendo como alvo principal a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que vincula o crescimento das despesas públicas à inflação do ano anterior, durante um período de 20 anos. "Alguém votou para que os gastos com Saúde e Educação fossem congelados por 20 anos? Não votamos", disse.

"Sobre essa PEC 241, que congela o valor real por 20 anos dos recursos de Educação e Saúde, a gente tem que considerar que nossa população é jovem, quanto mais ela crescer com os recursos congelados, diminui a participação per capita de cada brasileiro nos gastos com Educação e Saúde", afirmou a petista.

Presidente afastada participou de ato organizado pelo movimento Frente Brasil Popular em São Paulo Foto: Miguel Schincariol/AFP

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Dilma também disse que é preciso ter "muita preocupação" com a flexibilização das leis trabalhistas, citando como exemplo a questão das horas extras. "É a forma pela qual eles querem ampliar a jornada de hora extra sem pagar 50% e 100% que a lei prevê, respectivamente na semana e no mês", disse.

"Isso é o que eles chamam de medidas antipopulares", afirmou a presidente afastada. "Eles acreditam que vão sair da crise tendo uma posição contrária ao povo", emendou. Ela também criticou a proposta de desvincular o salário mínimo da Previdência e disse que o governo de Temer quer fazer uma "grande privatização das riquezas do País", mencionando os recursos do pré-sal. E questionou quem "vai pagar o pato". "Como pensam em sair da crise?"

Dilma participou nesta terça-feira, 23, de um ato promovido pela Frente Brasil Popular na Casa de Portugal, no bairro Liberdade, em São Paulo. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o ex-ministro do Trabalho Miguel Rossetto e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, também participam do evento. Dilma estará em Brasília nesta quarta-feira para outro evento semelhante organizado pelo movimento.

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