RIBEIRÃO PRETO - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que o governo não tem "nada a ver" e não interfere em aumento ou queda no preço da gasolina, mas admitiu que há uma defasagem entre os preços internacionais (mais baratos) e os nacionais (mais caros) do combustível de petróleo.
"O governo não tem nada a ver com subir ou baixar o preço da gasolina. Dizem que toda vez que é para subir, o governo não deixa, e que quando é para descer, não quer", afirmou a presidente.
A declaração ocorre logo após surgirem rumores de que a Petrobrás baixaria o preço da gasolina nas refinarias, com a possibilidade, inclusive, de o governo aumentar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o combustível, o que deixaria o preço estável nas bombas. A medida, apesar de prejudicar a receita da estatal de petróleo, ajudaria na arrecadação do governo com os recursos da Cide.
Para Dilma, diante da "discrepância" entre preço da gasolina e preço do combustível aqui e lá fora, cabe à Petrobrás fazer ou não o reajuste. "Existe a discrepância desde o ano passado. Agora, isso é questão que diz respeito à empresa", afirmou.
A discussão sobre a eventual redução nos preços de diesel e gasolina pela diretoria da Petrobrás provocou mal estar entre integrantes do conselho de administração. A avaliação de alguns conselheiros ouvidos pelo Broadcast é que o colegiado tem posição "afinada com o mercado" e a redução de preços abalaria a estratégia da companhia para reconquistar credibilidade.
Em resposta à reação negativa dos conselheiros, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, encaminhou e-mail ao presidente do conselho, Nelson Carvalho, descartando "politização" do tema. Na mensagem, obtida pelo Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, o executivo indica que não há posição definida sobre o reajuste e ressalta que o objetivo da medida seria "atender exclusivamente aos interesses da Petrobrás".