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Discussão de pacto comercial do Pacífico ficará para o ano que vem

Por KEVIN LIM E MASAYUKI KITANO
Atualização:

Um ambicioso pacto comercial entre uma dúzia de países banhados pelo Pacífico não será finalizado neste ano, como se esperava, pois não houve acordo a respeito de questões espinhosas, como propriedade intelectual, tarifas agrícolas e compras governamentais. Os EUA queriam concluir ainda neste ano a chamada Parceria Transpacífica (PTP), que formaria um bloco de livre-comércio estendendo-se do Vietnã ao Chile, com 800 milhões de habitantes e quase 40 por cento da economia global. Mas divergências entre os EUA e Japão por causa de tarifas agrícolas se mostraram irreconciliáveis por enquanto. "Nenhum de nós concordou com nada", disse o ministro neozelandês do Comércio, Tim Groser, numa entrevista coletiva na terça-feira em Cingapura, ao final de quatro dias de reunião. Mas, segundo ele, "o perfil de um genuíno acordo do século 21 está surgindo e, como sempre acontece na vida, as decisões políticas mais difíceis serão tomadas no final". Os ministros disseram ter identificado possíveis pontos de concordância, apelidados de "zonas de aterrissagem", mas outros itens mais polêmicos serão retomados no mês que vem. EUA e Japão mantêm discordâncias a respeito do mercado de cinco produtos agrícolas estratégicos -arroz, trigo, carne (bovina e suína), laticínios e açúcar. Resolver esse tópico "será crucial para o sucesso da PTP", disse o negociador comercial dos EUA, Michael Froman, em entrevista coletiva. O vice-ministro japonês Yasutoshi Nishimura disse que seu país continua interessado no acordo. "Estamos agora avançando rumo a esse objetivo enquanto conduzimos a coordenação, incluindo a respeito de várias questões domésticas. Estamos aprofundando as discussões." Críticos dizem que as negociações da TPT, iniciadas há três anos, carecem de transparência e estão sendo retardadas por causa de interesses conflitantes dos países envolvidos, de parlamentares dos EUA e lobistas. Não foi divulgado nenhum texto-base das discussões, e poucos governos envolvidos concedem entrevistas coletivas para explicar o que está em jogo. O capítulo da propriedade intelectual também motiva discordâncias, particularmente em relação à proteção a patentes farmacêuticas. Há o temor de que uma proteção excessiva a tais patentes limitem o acesso de países em desenvolvimento a medicamentos. As negociações envolvem os seguintes países: EUA, Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Cingapura, Malásia, Brunei, Vietnã, Chile, México e Peru. (Reportagem adicional de Rachel Armstrong)

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