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Dívida da Varig com Infraero pode ser cobrada nos próximos dias

A dívida da Varig com a estatal, até ontem, está atualizada em R$ 515,1 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Infraero, Brigadeiro José Carlos Pereira, disse hoje que a dívida da Varig com a estatal, até ontem, está atualizada em R$ 515,1 milhões. Ele explicou aos senadores de quatro comissões permanentes, que discutem hoje a crise da Varig, que desse total R$ 133 milhões é dívida corrente, acumulada pela empresa entre setembro do ano passado até agora, já que nesse período a empresa está protegida por uma liminar judicial, que a isentou do recolhimento de tarifas aeroportuárias. Segundo ele essa dívida aumenta a cada dia R$ 900 mil, que é o que a empresa teria que recolher em tarifas, pelo uso das instalações dos aeroportos para pousos e decolagens. Ele reafirmou que a estatal está sendo cobrada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria da União a efetivamente cobrar a dívida da empresa aérea, mas admitiu que a direção da Infraero ainda está sendo "paciente" porque a decisão do TCU ainda não está publicada em um acórdão no Diário Oficial. "Mas essa situação nos preocupa, porque o nosso limite é a lei e esse limite está chegando à beira do precipício", disse ele, se referindo á possibilidade do acórdão do TCU ser publicado nos próximos dias. Plano emergencial Os senadores das quatro comissões permanentes do Senado também ouviram do diretor da consultoria Alvarez e Marsal, Marcelo Gomes, que a empresa foi contratada pela direção da Varig para criar um plano emergencial, dentro do plano de recuperação judicial no qual a companhia aérea está amparada, desde junho do ano passado. "Estamos trabalhando uma solução de mercado para a Varig e não uma solução de dinheiro público, porque a empresa é viável financeiramente", disse Gomes. O executivo afirmou que a necessidade desse plano emergencial deve-se ao fato de a Varig não ter fluxo de caixa que ajude a empresa a operar no período de baixa temporada, entre março e maio. Por causa disso, a estratégia da consultoria foi chamar os credores e propor a ele um "plano ortodoxo", que é a suspensão, pelo período de três a sete meses, do pagamento das dívidas correntes da empresa para chegar até o segundo semestre, quando tradicionalmente existe uma maior folga de caixa para as empresas aéreas. Propostas analisada Na manhã de hoje, os sindicatos de aeronautas, aeroviários e a Federação de Trabalhadores no Transporte Aéreo se reúnem com o consultor Jaime Toscano, que diz ter uma proposta de investidores interessados em aportar recursos na Varig. O valor da oferta seria ao redor de US$ 2 bilhões. Um sindicalista que preferiu não se identificar comentou que já no ano passado o mesmo consultor havia apresentado uma alternativa semelhante, mas, na prática, acabou não comparecendo à Justiça onde corre o processo de recuperação da Varig para formalizar a proposta. Segundo a mesma fonte, caso a proposta seja "séria", Toscano deverá encaminhá-la à 8ª Vara Empresarial. Além disso, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, agendou para esta terça reunião com representantes de agentes de viagem para apresentar as últimas informações sobre a situação da empresa. O encontro é fechado e acontecerá na sede da Varig no Rio de Janeiro. A partir das 14 horas, haverá uma reunião dos principais credores da empresa aérea para analisar a proposta de compra pela VarigLog, a única até o momento que foi efetivamente colocada na mesa.

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