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Dívida é útil, o segredo é ser bem administrada e sustentável, diz Levy

Em reunião do FMI, ministro frisou que uma coisa positiva sobre o Brasil nos últimos anos é que o país não teve bolha imobiliária

Por ALTAMIRO SILVA JUNIOR E DANIELA MILANESE
Atualização:

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que a dívida bruta caiu no Brasil nos últimos dez anos, para abaixo de 60%, enquanto subiu na Europa para acima de 80%. "A dívida é útil. O segredo é que seja bem administrada e sustentável", disse. Levy falou no debate de encerramento da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI), em um painel que também contou com a participação da diretora-gerente da instituição, Christine Lagarde. "É uma coisa ruim ter dívida? Depende da natureza dessa dívida", afirmou Lagarde, destacando que há significativos efeitos colaterais em se ter um déficit elevado.

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy Foto: Estadão

O Brasil construiu um arcabouço fiscal que impediu um aumento da dívida do governo, disse Levy, citando a lei de responsabilidade fiscal. "Em alguns lugares (da economia mundial), esse arcabouço não foi forte o suficiente ou o choque foi muito grande", destacou.

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"O déficit tem que ser do tamanho certo e as pessoas têm que ter confiança nele." O ministro afirmou ainda que uma dívida bem administrada e sustentável pode ajudar a estabilizar o sistema financeiro. "Se você explicar para a sociedade o que é a dívida, porque não deve ir além de certos limites, você pode ter sucesso", disse ele. Levy frisou que uma coisa positiva sobre o Brasil nos últimos anos é que o país não teve bolha imobiliária.

O ministro afirmou que a dívida bruta do Brasil é mais alta porque, ao invés de monetizar as reservas internacionais, o país esteriliza esses recursos. Cerca de 15% da dívida está relacionada às reservas internacionais.

Recentemente no Brasil, disse o ministro, aliados do governo no Congresso assinaram uma declaração de que não gastariam mais. "Se você não tiver isso bem claro em sua mente, você está construindo dívida. É bom em uma democracia quando há esse tipo de comprometimento", disse o ministro. "É preciso ter um balanço entre as receitas do governo e o que se espera do governo."

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