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Dívida pública federal tem queda de 0,87% em janeiro ante dezembro

Resultado teve ajuda das emissões externas bem sucedidas apesar da nota de crédito do país

Foto do author Lorenna Rodrigues
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast) e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 0,87% em janeiro, quando atingiu R$ 3,528 trilhões. Os dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional. Em dezembro, o estoque estava em R$ 3,559 trilhões. 

O destaque para o mês, segundo o coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, foi a emissão externa, vista como bem sucedida a despeito do rebaixamento da nota de crédito do país e da não aprovação da reforma da Previdência.

Coordenador-geral de operações da Dívida Pública, Leandro Secunho Foto: José Cruz/Agência Brasi

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Para 2018, o Plano Anual de Financiamento (PAF) estabeleceu intervalo de R$ 3,78 trilhões a R$ 3,98 trilhões para o estoque da dívida pública total. Isso segue de pé mesmo sem a reforma da Previdência, afirmou Secunho, apontando que a não apreciação da proposta já estava contemplada no cenário do Tesouro para o ano.

A correção de juros no estoque da DPF foi de R$ 21,76 bilhões em janeiro. Já as emissões de papéis totalizaram R$ 56,813 bilhões, enquanto os resgates chegaram a R$ 109,311 bilhões, o que resultou em resgate líquido de R$ 52,50 bilhões. A DPF inclui a dívida interna e externa.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 0,87% e fechou o mês passado em R$ 3,405 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 0,76% menor, somando R$ 122,85 bilhões no primeiro mês do ano. 

Cenário. Em janeiro o governo captou US$ 1,5 bilhão na reabertura do título Global 2047, na primeira emissão do ano e que se deu uma semana após o rebaixamento do país pela Standard & Poor‘s. Na semana passada, a nota de crédito brasileira também sofreu downgrade pela Fitch. 

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho, destacou que a reabertura do Global 2047 teve demanda quatro vezes superior ao volume ofertado.

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A não aprovação da reforma da Previdência teve "pouco impacto" nos preços da dívida pública em um primeiro momento, mas terá no médio e longo prazos, prevê o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Leandro Secunho. "Os investidores estão vendo como uma agenda que, não sendo votada agora, precisa continuar na pauta até 2019. É um problema que necessariamente será endereçado", afirmou. Secunho ressaltou que toda a "perspectiva fiscal" será impactada sem a reforma da Previdência que, no caso da dívida pública federal, haverá um aumento no volume e uma piora na composição, com um crescimento na fatia de títulos com maior risco, como os atrelados à taxa Selic. Ele acredita que os primeiros reflexos da não aprovação da reforma serão sentidos no prazo de três a cinco anos.

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