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Dólar comercial avança para R$ 2,365, o maior nível desde fevereiro

Com o acirramento das eleições, cotação da moeda americana no Brasil já subiu 5,5% em setembro; foi a oitava alta em nove sessões

Por Denise Abarca
Atualização:
O dólar no balcão operou o tempo todo na sessão de hoje com alta acima daquela apurada no mercado futuro Foto: Clayton de Souza/Estadão

O dólar à vista no balcão encerrou em alta de 0,42%, a R$ 2,3650 - cotação mais elevada desde 20 de fevereiro (R$ 2,3740). Trata-se da oitava alta em nove sessões. Somente em fevereiro, a moeda americana no Brasil já avançou 5,5%, sobretudo por causa das especulações em torno da disputa eleitoral. 

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A moeda ante o real oscilou da máxima de R$ 2,376 (+0,89%), no começo dos negócios, à mínima de R$ 2,3580 (+0,13%), no início da tarde. Às 16h45, o giro financeiro era de US$ 718 milhões, sendo US$ 677 milhões em D+2. No mercado futuro, o vencimento para outubro subia 0,17%, a R$ 2,370.

O dólar manteve o sinal de alta ante o real que prevaleceu na sessão anterior, em compasso de espera pelos números da corrida presidencial a serem trazidos pelo levantamento do Datafolha, que pode sair ainda hoje, e alinhado com o comportamento ante algumas divisas no exterior.

O dólar no balcão operou o tempo todo na sessão de hoje com alta acima daquela apurada no mercado futuro, uma vez que, ontem, entre 16h30 e 18h00, com os negócios já encerrados no balcão, o dólar futuro teve avanço mais firme. Portanto, hoje houve uma correção desta diferença. O giro do mercado à vista também foi fraco, sendo bem mais consistente no futuro.

Pela manhã, a moeda ensaiou uma realização, mas mostrou-se volátil em linha com o viés externo. No noticiário, foi destaque a decisão do Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês), que reduziu a taxa de juros para acordos de recompra de 14 dias, de 3,7% para 3,5%, guiando as taxas de mercado para baixo a fim de estimular o crédito e a economia.

A oscilação perdeu força durante boa parte da tarde, mas na reta final da sessão houve nova aceleração da alta do dólar, com profissionais citando a expectativa que antecede a divulgação da pesquisa Datafolha, que pode sair na noite de hoje, e declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que não há posição sobre a renovação do programa de swap cambial em 2015. "Mas o BC é quem decide", ponderou, durante entrevista ao Broadcast Ao Vivo.

No exterior, o dólar teve um desempenho misto, de valorização em relação a algumas divisas de países emergentes e também ante o iene. Apesar do Federal Reserve ter dito, no comunicado de ontem, que as taxas dos Fed Funds ficariam inalteradas por um "tempo considerável" após o fim do programa de compra de ativos, em outubro, parte dos investidores se apegou à sinalização da autoridade monetária de que os juros poderão alcançar níveis mais elevados do que o esperado quando voltarem a subir, em 2015. Perto das 16h30, o dólar subia ante o peso colombiano (+0,46%) e o won sul-coreano (+1,12%) e avançava para 108,77 ienes. Por outro lado, operava em baixa ante o dólar australiano (-0,28%) e rupia indiana (-0,20%). 

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