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Dólar tem leve queda e fecha a R$ 3,41 mirando alta de juros nos EUA

Mercado de câmbio no Brasil reagiu a discurso da presidente do BC dos EUA, que afirmou que instituição deve elevar juros 'relativamente em breve'

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Por Redação
Atualização:
Mercado está atento a decisão de política monetária do Fed Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou em queda pela segunda sessão consecutiva e encerrou os negócios em baixa de 0,26%, cotado a R$ 3,4162. A moeda americana foi influenciada pela perspectiva de alta dos juros nos Estados Unidos, sinalizada pela presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Janet Yellen, nesta quinta-feira, 17. 

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Yellen afirmou que uma elevação dos juros de curto prazo "poderá se tornar apropriada relativamente em breve", mas não ofereceu novos sinais sobre o que a instituição fará na reunião de política monetária de dezembro.

Com mais apostas de que o Fed elevará em breve a taxa de juros, a ação do Banco Central no mercado doméstico acabou amortecida. O BC vendeu o lote integral de 20.000 contratos de swap cambial tradicional (venda de dólares com compromisso de recompra) em operação de rolagem de títulos que vencem em 1º de dezembro. O valor total da operação foi de US$ 1 bilhão, distribuído em duas datas de vencimento.

Bolsa. Na Bovespa, o reforço nas apostas de alta dos juros nos EUA teve pouco efeito. Ainda assim, o dia foi marcado pela instabilidade por conta das incertezas envolvendo a gestão de Donald Trump. 

O cenário político interno passou a gerar maior preocupação com a prisão de Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio de Janeiro, acusado de liderar um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Especulações com desdobramentos da crise fluminense teriam contribuído para a intensificação das ordens de venda verificada na última hora de negociação, segundo apontaram alguns operadores. Com isso, o Ibovespa acabou por fechar em queda de 1,63%, aos 59.770,47 pontos.

O Ibovespa chegou a subir 1,21% mais cedo, antes das declarações de Janet Yellen. Da fala da presidente do BC norte-americano, a leitura foi de que há fundamentos para justificar uma elevação de juros nos EUA. A sinalização favoreceu a alta dos juros dos títulos do Tesouro norte-americano, mas teve efeito limitado nas bolsas americanas, que andaram "de lado" durante todo o dia. 

"O mercado de ações segue apreensivo com a mudança ruim no cenário (eleição de Trump), o que enxugou parte da liquidez na renda variável. Os mercados até já precificaram, mas ainda não entenderam o que essa mudança vai significar", afirmou Fernando Góes, analista da Clear Corretora. Segundo ele, dos temas abordados por Yellen, um dos maiores destaques foi a garantia de que ela continuará no cargo. 

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Durante o período da tarde, o Ibovespa oscilou essencialmente em torno da estabilidade, acompanhando as bolsas americanas. Uma piora causada principalmente por "blue chips" sensíveis a risco político acabou por gerar uma queda generalizada na última hora de negócios, com a Bolsa se descolando do mercado norte-americano. As ações do Banco do Brasil, por exemplo, vinham operando em alta, mas inverteram a tendência e fecharam com perda forte, de 1,85%. Os papéis da Petrobras também mergulharam no movimento vendedor e terminaram o dia com baixas de 2,89% (ON) e de 3,05% (PN).

Apesar da queda expressiva, o volume de negócios na Bolsa totalizou R$ 8,04 bilhões, o mais baixo desde a eleição de Trump, que gerou um movimento de migração de recursos de países emergentes. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a acumular queda de 7,94% em novembro e alta de 37,88% em 2016. 

(AGÊNCIA E REUTERS)

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