Texto atualizado às 12h50
O dólar opera em queda expressiva nesta nesta quinta-feira, 30. Na cotação mínima, registrada às 12h30, o dólar à vista estava em queda de quase 3%, cotado a R$ 2,393. O movimento ocorre após a decisão de ontem do Banco Central, que surpreendeu o mercado e
, citando maiores riscos à inflação. Dentro do BC, a avaliação é de que a alta expressiva da inflação em setembro e o avanço da moeda norte-americana de setembro para cá aumentaram ainda mais os riscos aos preços.
A Bolsa sobe hoje, influenciada pela temporada de balanços das companhias e pelo Copom de ontem. Na máxima, às 12h45, o Ibovespa registrava alta de 2,35%, aos 52.249 pontos.
Alguns especialistas entenderam que o movimento pode ser sinal de que a política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff tende ser diferente da feita até agora, criticada por causar inflação elevada e baixo crescimento. Por outro lado, o tom mais duro do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, e a expectativa de que os juros nos Estados Unidos comecem a subir mais cedo trazem pressão de alta, mostrando uma tendência de enfraquecimento não só do real como de outras moedas emergentes. O BC é duramente criticado pelo mercado por deixar o índice oficial de inflação (IPCA) grudado no teto da meta de 6,5% por muito tempo e agora tenta deixar claro, de forma mais contundente, que não despreza as pressões inflacionárias e que buscará trazer o IPCA ao centro da meta de 4,5% no novo mandato de Dilma Rousseff. O IPCA acumulado em 12 meses está acima do teto da meta, em 6,75%. Para analistas, a medida sinaliza que o BC busca retomar a confiança do mercado. O ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria, Gustavo Loyola, avaliou que a alta da Selic é um sinal de que o órgão busca "recuperar a credibilidade da política monetária após o embate eleitoral", numa sinalização ao mercado de um maior rigor da política monetária.