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Economistas melhoram projeções para inflação em 2016 e 2017

No Relatório Focus, o IPCA - índice oficial de inflação - estimado para este ano passou de 7,34% para 7,25%; já para o ano que vem, a estimativa caiu de 5,12% para 5,07%

Por Fabrício de Castro
Atualização:

BRASÍLIA - Após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de setembro, na última quinta-feira, 22, o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 26, traz mudanças relevantes para as projeções de inflação em 2016 e 2017. O IPCA - índice oficial de inflação - estimado para este ano passou de 7,34% para 7,25%. Há um mês, estava em 7,34%. Já o índice para o ano que vem foi de 5,12% para 5,07%. Há quatro semanas, apontava 5,14%. A projeção representa a menor taxa já calculada este ano para a inflação no ano que vem. 

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Desde o fim de julho, as previsões do mercado para o IPCA 2017 vinham oscilando abaixo dos 5,20%. Na quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 - considerado uma espécie de prévia para o IPCA - relativo a setembro foi de 0,23%, o que representou uma desaceleração ante o 0,45% de agosto. Foi a menor taxa para meses de setembro desde 2009. No acumulado do ano, o IPCA-15 está em 5,90% e, nos 12 meses encerrados em setembro, em 8,78%. Com a divulgação, os economistas reduziram de forma mais clara as previsões para a inflação no próximo ano.

Para este ano, a meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 4,5%, com tolerância de até 2 pontos porcentuais. Para 2017, a meta também é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto porcentual. Amanhã, na divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC vai atualizar suas projeções para a inflação em 2016 e 2017.

Meta de inflação perseguida pelo Banco Central é de 4,5%, com tolerância de até 2 pontos porcentuais Foto: ANDRE DUSEK|ESTADÃO

No relatório Focus, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, as medianas das projeções para este ano passaram de 7,50% para 7,30%, também indicando um cenário mais favorável para a inflação. Para 2017, permaneceram em 5,50%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,45% e 5,25%.

O relatóriomostrou mudanças nas projeções para os preços administrados em 2016 e 2017. A mediana das previsões do mercado financeiro para este indicador este ano passou de elevação de 6,30% para alta de 6,20%. Para o próximo ano, a mediana foi de alta de 5,40% para avanço de 5,45%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,20% para os preços administrados em 2016 e elevação de 5,30% em 2017. O BC contava com forte desinflação desse segmento para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5% em 2016 - uma perspectiva que está distante, pelos dados do Focus. Atualmente, a instituição projeta variação de 6,3% para os preços administrados em 2016 e de 5,8% para 2017.

Selic. À espera do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a ser divulgado amanhã pelo Banco Central, os economistas mantiveram suas previsões para a taxa básica de juros neste e no próximo ano. A expectativa para a Selic no fim de 2016 seguiu em 13,75% ao ano. Já a taxa básica para o fim de 2017 permaneceu em 11,00% ao ano. Há um mês, as projeções eram de 13,75% e 11,25%, respectivamente.  Na última ata do Copom, o colegiado condicionou o corte de juros no Brasil a três fatores que "permitam maior confiança no alcance das metas para a inflação": a limitação do choque dos preços dos alimentos, a desinflação de itens do IPCA em velocidade adequada e a redução das incertezas sobre o ajuste fiscal. 

Câmbio. O documento divulgado pelo Banco Central indicou que a cotação da moeda estará em R$ 3,29 no encerramento de 2016, abaixo dos R$ 3,30 da projeção da semana anterior. Um mês atrás, também estava em R$ 3,29. O câmbio médio de 2016 permaneceu em R$ 3,45 - um mês antes, estava em R$ 3,43.

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Para o fim de 2017, a mediana para o câmbio seguiu em R$ 3,45 de uma divulgação para a outra - mesmo valor de quatro semanas atrás. Já o câmbio médio de 2017 passou de R$ 3,39 para R$ 3,37 - estava em R$ 3,38 um mês atrás.