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Economistas norte-americanos cortam previsão de crescimento dos EUA

Expectativas para expansão do PIB neste ano e em 2011 recuaram para 2,6%

Por Renato Martins e da Agência Estado
Atualização:

Economistas norte-americanos rebaixaram suas previsões para a expansão da economia dos EUA neste ano e no próximo e preveem que a taxa de desemprego vai continuar alta.

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Pesquisa da National Association of Business Economics (Nabe) indica que os economistas preveem que o PIB dos EUA cresça 2,6% neste ano; na pesquisa anterior, feita em maio, a previsão de crescimento era de 3,2%. A previsão de crescimento do PIB para 2011 também é de 2,6%; a previsão anterior também era de 3,2%. Os economistas também acreditam que a temporada de compras para o fim do ano que está para começar será "excepcionalmente fraca", com os gastos do consumidor crescendo apenas 2,5% em relação ao ano passado.

A pesquisa foi feita entre os dias 21 de setembro e 2 de outubro; foram ouvidos 46 economistas membros da Nabe.

"A confiança na durabilidade da expansão está intacta, mas a debilidade econômica recente levou vários participantes a rebaixarem suas expectativas para o próximo ano. A desaceleração deste verão expôs a sensibilidade da economia a reduções de riqueza, à redução de dívidas e à diminuição do estímulo econômico", disse o novo presidente da Nabe, Richard Wobbekind, da Universidade do Colorado em Boulder. A pesquisa foi divulgada durante a conferência anual da Nabe em Denver (Colorado).

Segundo a pesquisa, os economistas preveem que o número médio de postos de trabalho criados por mês suba para 150 mil no segundo trimestre de 2011, antes de crescer para a faixa dos 170 mil a 175 mil por mês. A taxa de desemprego, que estava em 9,6% em setembro, deverá ficar em torno de 9,5% até meados de 2011, antes de recuar para a casa dos 9,2% no fim do próximo ano.

Os participantes da pesquisa também acreditam que a ocorrência de deflação será evitada. Sua previsão para o núcleo do índice de preços dos gastos com consumo é uma alta anual de 1% em 2010 e uma elevação de 1,4% em 2011. "Os painelistas da Nabe continuam a categorizar a inflação como uma preocupação levemente maior do que a deflação, mas as duas preocupações são superadas por outras questões", diz o relatório.

A pesquisa também mostrou "maior apreciação" da importância de políticas de estímulo à economia por parte dos entrevistados, mas não chegou a examinar a opinião deles sobre compras de ativos por parte do Federal Reserve. Para 17% dos economistas, a expansão econômica verificada até agora tem sido "dominada por políticas de estímulo"; em maio, apenas 5% tinham essa opinião.

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Os economistas também preveem que o Fed deverá manter a taxa dos Fed Funds no nível atual (faixa de 0% a 0,25%) até o final de 2011, quando ela deverá ser elevada para 0,5%.

Os participantes da pesquisa mostraram maior otimismo quanto ao setor de imóveis residenciais, com a expectativa de um "avanço considerável" nas construções em 2011; a previsão é de que o declínio dos preços de moradias não continue, mas o ganho previsto para o próximo ano, de 1,2%, é inferior à inflação prevista.

Em 2011, o déficit do governo federal dos EUA deverá ter uma pequena redução de US$ 100 bilhões em relação ao que está previsto para este ano, para US$ 1,2 trilhão. "Os painelistas da Nabe continuam a caracterizar o endividamento federal excessivo como sua maior preocupação para o futuro, superando até mesmo a preocupação com o desemprego", diz o relatório. As informações são da Dow Jones.

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