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Economistas veem consumo fraco no próximo ano

Especialistas concordam que o consumo não voltará tão cedo ao ritmo dos últimos anos, mas divergem sobre trajetória de crescimento

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Por Márcia De Chiara
Atualização:

É consenso entre os economistas que o consumo das famílias terá desempenho fraco neste ano e no próximo e muito menor do que o avanço médio registrado desde 2004, de 4,6% ao ano. Mas eles divergem em relação à trajetória do crescimento. Isto é, se o consumo em 2015 vai desacelerar ou acelerar em comparação a este ano.

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O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale projeta crescimento de 1,7% para o consumo das famílias neste ano e de 1,2% para 2015. Nas suas contas, entre 2011 e este ano, o consumo das famílias foi responsável por quase a totalidade (96%) do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

“Acabou o ciclo de expansão de consumo que se viu no passado e isso fica especialmente claro neste momento em que o mercado de trabalho começa a sentir mais os impactos negativos da desaceleração”, diz ele.

Mais pessimista, o economista do Itaú Unibanco Caio Megale calcula que o consumo das famílias avance 1,1% este ano e apenas 0,5% em 2015. “Há uma perda de fôlego importante do consumo neste ano em relação a 2013 (2,6%) e para 2015 temos uma desaceleração mais clara, quando o consumo vai crescer num ritmo inferior ao do PIB”, diz o economista.

Juros mais altos, condições de crédito menos favoráveis não só porque os juros estão mais altos, mas também pelo fato de sondagens do Banco Central mostrarem que a oferta de crédito está mais conservadora, além dos sinais de enfraquecimento dados pelo mercado de trabalho, devem, segundo Megale, deixar o consumidor ainda mais cauteloso no ano que vem.

Contrário. Em sentido contrário, há economistas que esperam uma aceleração do consumo no ano que vem, apesar de o resultado esperado continuar fraco em comparação com o ocorrido no passado recente. “O ajuste do consumo das famílias foi antecipado para este ano e ele deve voltar a se acelerar em 2015 por causa do reajuste do salário mínimo”, diz o economista-chefe da LCA Consultores, Braulio Borges.

Borges projeta crescimento de 1,6% do consumo para este ano e de 2,3% para 2015. Mas ele pondera que, se a sua previsão se confirmar, o crescimento de 2,3% será “fraco” e o segundo pior desde 2003, quando houve recuo de 0,8%. “Naquele ano, a massa de salários caiu 5%, o desemprego era o triplo do que é hoje pela PME e o ganho do salário mínimo era negativo.”

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Para 2015, Borges credita a aceleração do consumo ao reajuste do mínimo, que terá ganho real de 2,5% e deve impulsionar as compras de bens não duráveis, como alimentos.

Aceleração. Fabio Silveira, diretor de pesquisa da GO Associados, é outro economista que projeta aceleração no consumo das famílias no ano que vem. Para este ano, ele espera crescimento de 0,9% ou até um pouco menos. Para 2015, projeta um avanço de 1,2%. Silveira sustenta a projeção de uma aceleração maior no consumo em 2015 em comparação com este ano pelo avanço das exportações e os seus efeitos no mercado interno provocados nas cadeias de produção envolvidas no comércio internacional.

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