O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta sexta-feira, 27, que o resultado do PIB de 2014, próximo a zero, já era esperado. Na opinião do deputado, os indicadores econômicos mostram que o resultado de 2015 deve ser ainda pior. O PIB do Brasil subiu 0,1% em 2014 na comparação com 2013.
Cunha foi perguntado sobre possíveis erros do governo na condução da política econômica, mas ponderou que, em um contexto diferente do atual, o governo optou por uma política de incentivos fiscais sem a qual o resultado de 2014 poderia ter sido negativo. Segundo o peemedebista, porém, este modelo está esgotado.
O deputado afirmou que o ajuste fiscal não é o modelo econômico do segundo mandato de Dilma Rousseff, mas uma premissa para um novo modelo que o governo precisa mostrar qual é. "Governo precisa mostrar o passo seguinte", disse.
Cunha defendeu ainda que o governo explique à sociedade os objetivos do ajuste fiscal proposto pela equipe econômica. O presidente da Câmara disse que, "o que for importante para a economia", terá o apoio do PMDB.
Oposição. O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), avaliou que o resultado do PIB mostra o descompasso entre a economia brasileira e o crescimento do resto do mundo. Enquanto o PIB do Brasil ficou em 0,1% em 2014, o senador lembrou que a economia global já superou seu período de crise e cresce em média 3%.
"Não dá mais para a presidente colocar a responsabilidade no mundo. O Brasil puxa o PIB do mundo para baixo, o governo transformou o País no freio de mão da economia global e em 2015 já estamos enfrentando situação pior", apontou um dos principais líderes oposicionistas do Congresso.
Caiado prevê que a situação deve piorar em virtude da desconfiança do mercado, a recessão econômica e o aumento da inflação. "Se em 2014, com todo o estelionato eleitoral que maquiou o real cenário, tivemos esse péssimo resultado, não podemos esperar nenhuma melhora significativa em 2015, já que a presidente da República não transmite mais confiança, nem conta com a aprovação de nove em cada 10 brasileiros", disse o senador, em nota.