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Em 10 anos, Previdência e outros benefícios vão somar 80% do Orçamento, diz Meirelles

Ministro da Fazenda comparou o sistema previdenciário do Brasil com o de outros países e mostrou que a aposentadoria chega, na média, a 76% do salário médio que receberam enquanto estavam no mercado de trabalho

Por André Ítalo Rocha
Atualização:

FLORIANÓPOLIS - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira, 24, que, se a reforma da Previdência não for aprovada, os gastos do governo com aposentadoria e outros benefícios sociais vão chegar a cerca de 80% do Orçamento da União daqui a 10 anos. O nível atual é de 50%. "É isso que eu tenho dito aos parlamentares", disse. "E se colocar mais 10 anos, não haverá dinheiro para educação, saúde ou infraestrutura, todos os recursos serão para pagar aposentadoria", declarou.

O ministro comentou que chegou a ouvir uma vez que a Previdência no Brasil é uma das melhores do mundo e disse que, de fato, o sistema brasileiro é muito generoso. Foto: Dida Sampaio/Estadão

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As declarações foram dadas em palestra na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis, sobre o atual panorama da economia brasileira.

Meirelles comparou o sistema previdenciário do Brasil com o de outros países e mostrou que, na média, a aposentadoria dos brasileiros chega, na média, a 76% do salário médio que receberam enquanto estavam no mercado de trabalho. Para os países europeus, a taxa é de 56%. Ele também disse que a idade média de aposentadoria no Brasil é baixa, de 59 anos. Na comparação com os países que formam a OCDE, só Luxemburgo tem idade média menor, de 58 anos. "O México, que tem perfil econômico semelhante ao nosso, tem média de 72 anos".

++ Mercado vê chances de reforma da Previdência ser aprovada

O ministro comentou que chegou a ouvir uma vez que a Previdência no Brasil é uma das melhores do mundo e disse que, de fato, o sistema brasileiro é muito generoso, mas que tem um problema: "quem paga?". "O Brasil tem de gerar riqueza para que a população ganhe cada vez mais, mas para isso tem de equilibrar as contas públicas, porque se não fizer isso a taxa de juros volta a ser alta e a inflação volta a ser alta".

Antes da palestra, Meirelles almoçou com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, na sede do governo do Estado. A reunião ocorreu em um momento em que o governo federal busca o apoio dos governadores para que estes convençam os parlamentares de seus Estados a votar a favor da reforma da Previdência. Também participaram do encontro os deputados federais catarinenses João Paulo Kleinübing e João Rodrigues, ambos do PSD, o mesmo partido de Colombo e Meirelles. 

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