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Em 10 anos, só Grécia reduziu salário mínimo na UE

Pesquisa da Eurostat aponta ainda que o salário mais alto da região é quase 9 vezes maior que o mais baixo

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e correspondente
Atualização:

LONDRES - Num ano de eleições importantes no continente, em que a própria configuração da União Europeia está na berlinda, a agência de estatística do bloco Eurostat divulgou que o salário mínimo no continente subiu em todos os países consultados nos últimos 10 anos, com exceção da Grécia, país que passa por dificuldades financeiras e que é visto como um potencial membro a deixar a comunidade, assim como fará o Reino Unido com o Brexit.

Além disso, o serviço de estatísticas identificou que o salário mínimo mais alto do bloco é praticamente nove vezes maior do que o mais baixo.

  Foto: JOHN KOLESIDIS | REUTERS

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Desde 2008, de acordo com a Eurostat, o piso salarial grego caiu 14%, para ¤ 684. Nos demais Estados-membros houve aumento, com destaque para Bulgária (109%) e Romênia (99%), onde os valores duplicaram. Além disso, a Eslováquia (80%) e os três Estados Bálticos da UE – Estônia (69%), Letônia (65%) e Lituânia (64%) – registraram igualmente aumentos significativos. A Eurostat explica que 22 dos 28 países que fazem parte da União Europeia possuem salários mínimos nacionais. Apenas Dinamarca, Itália, Chipre, Áustria, Finlândia e Suécia não dispõem de um piso.

Distribuição. Tendo como referência o valor em euros, os 22 Estados-membros da UE que têm salários mínimos nacionais podem ser divididos em três grupos. O primeiro é composto por 10 países situados ao leste e que tinham salários mínimos inferiores a ¤ 500 por mês: Bulgária (¤ 235), Romênia (¤ 275), Letônia e Lituânia (¤ 380), República Checa (¤ 407), Hungria (¤ 412), Croácia (¤ 433), Eslováquia (¤ 435), Polônia (¤ 453) e Estônia (¤ 470).

Em cinco outros Estados-membros, localizados ao sul, os salários mínimos situavam-se entre e 500 e ¤ 1.000 por mês: Portugal (¤ 650), Grécia (¤ 684), Malta (¤ 736), Eslovênia (¤ 805) e Espanha (¤ 826). Nos sete restantes, todos no oeste e no norte da UE, os salários mínimos ultrapassavam largamente os ¤ 1.000 euros por mês: Reino Unido (¤ 1.397), França (¤ 1.480), Alemanha (¤ 1.498), Bélgica (¤ 1.532), Holanda (¤1.552), Irlanda (¤ 1.563) e Luxemburgo (¤ 1.999).

Para comparação, o salário mínimo dos Estados Unidos era de ¤ 1.192 por mês em janeiro de 2017, quando os cálculos para os demais países também foi feito.

Comparação. Nos 22 Estados-membros analisados, portanto, o maior salário mínimo (em Luxemburgo, de ¤ 1.999) é cerca de nove vezes o valor do mais baixo (¤ 235 na Bulgária), pelos cálculos da agência de estatísticas.

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A disparidade, no entanto, diminui de forma significativa quando é considerada a Paridade do Poder de Compra (PPC), com a proporção de 1 para 9 passando para 1 para 3: o salário fica em ¤ 501 PPC por mês na Bulgária e em ¤ 1.659 PPC em Luxemburgo.