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Em 8 anos, Argentina perde mais de US$ 1 bi em investimento do Brasil

Segundo consultoria, valor despencou de US$ 1,31 bilhão em 2006 para US$ 64 milhões no 1º semestre deste ano

Por ARIEL PALACIOS
Atualização:

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BUENOS AIRES - Investimentos brasileiros na Argentina apresentam uma persistente queda nos últimos anos. Enquanto em 2006 os investimentos do País no território argentino foram de US$ 1,317 bilhão, em 2013, o volume caiu para US$ 446 milhões. Segundo dados da consultoria Abeceb, no primeiro semestre deste ano empresas brasileiras investiram apenas US$ 64 milhões no país. Ficaram no passado as grandes compras de ativos argentinos por empresas como a Petrobrás, a Vale e Friboi.

Analistas em Buenos Aires indicam que, por trás da redução dos investimentos brasileiros, estão as barreiras do governo da presidente Cristina Kirchner à importação de insumos para a fabricação de produtos no país, além dos conflitos gerados por governos provinciais (e pela própria Casa Rosada) com empresas brasileiras. Para complicar, a escalada inflacionária nos últimos anos reduziu a competitividade das empresas instaladas na Argentina, além dos crescentes protestos sindicais e as restrições para o envio de remessas às casas matrizes no exterior.

Segundo a Abeceb, a queda dos investimentos é um dos vários sinais negativos na relação da Brasil-Argentina. O comércio intrazona do Mercosul, cuja reunião semestral começou domingo na cidade argentina de Paraná, província de Entre Ríos, perdeu incidência nas exportações totais do bloco. Enquanto no ano 2010 as exportações dos países sócios representavam 16% do total das vendas externas do Mercosul, em 2014, a proporção cairá para 13%.

A Abeceb também indicou a perda de relevância da Argentina na América Latina. Segundo a consultoria, enquanto em 1991 a economia argentina representava 15% do PIB latino-americano, am 2013 equivalia a somente 7,6%.

Cúpula.

Os chanceleres dos países do Mercosul reúnem-se hoje na cidade de Paraná, capital da província de Entre Ríos, localizada a 372 quilômetros a noroeste de Buenos Aires em linha reta. Amanhã, participarão da 47.ª reunião de cúpula do bloco.

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O encontro coincide com a queda no comércio intrazona e reclamações brasileiras, uruguaias e paraguaias sobre o protecionismo argentino, além do ressurgimento no Uruguai de especulações políticas sobre a necessidade de acordos bilaterais por fora do bloco. Além disso, o bloco deve analisar a adesão plena da Bolívia ao Mercosul.

Será a última cúpula com Cristina Kirchner como anfitriã, já que ela, em dezembro do ano que vem, deixa a presidência. Dilma Rousseff assumirá a presidência pro tempore do Mercosul. O governo escolheu a cidade de Paraná para ser a sede da cúpula porque é a capital de Entre Ríos, cujo governador, Sergio Urribarri, é um dos mais fiéis aliados kirchneristas de Cristina e é cotado para ser candidato a vice-presidente no ano que vem.

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