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Em evento, Temer rebate 'versões mentirosas' sobre corte de recursos e direitos dos trabalhadores

Presidente afirmou que o governo não é 'idiota' de restringir os direitos dos trabalhadores e acabar com saúde e educação

Por Carla Araujo
Atualização:
Presidente Michel Temer durante solenidade de ações de gestão para a melhoria da saúde pública, no Palácio do Planalto Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA – O presidente Michel Temer aproveitou uma cerimônia de ações de gestão para a melhoria da saúde pública na manhã desta quarta-feira, 14, para defender o seu governo e rebater, segundo ele, "versões mentirosas" de que seu governo vai reduzir recursos para saúde e educação e retirar direito dos trabalhadores. Ele ainda pediu que parlamentares usem as tribunas do Congresso para defenderam o governo. Em um momento exaltado, Temer disse que era preciso “desmentir uma versão que corre pelas ruas que nosso governo tem como objetivo central destruir a saúde e a educação”.

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“Não é o que se alardeia ou que se divulga, então se deixa de reproduzir a verdade dos fatos e isso cria problemas para nós. Porque, convenhamos, isso é desagradável de imaginar que nós somos um governo cidadão que, com o perdão da palavra tão estupidificada, tão idiota, chega ao poder para restringir os direitos dos trabalhadores, para acabar com saúde, para acabar com educação.” 

Temer ponderou que serão feitos sacrifícios, “mas que não vai tirar direito de ninguém”. “Responsabilidade fiscal é pressuposto do governo”, afirmou.O presidente falou ainda da necessidade de ajuste das contas públicas, citou o lançamento de projetos de PPI feito nesta terça, 13, pelo governo que pode ajudar no crescimento econômico e lembrou que a Constituição diz que a saúde deve ser garantida não somente com políticas adequadas, “mas também com politicas econômicas acertadas”.

Afirmou que procura fazer uma gestão equilibrada, dentro do preceito constitucional.“Não há saúde sem eficiência da política fiscal”, disse, ressaltando que a redução de custos está sendo feito em todos os setores da administração.

Para destacar a importância das Santas Casas, Temer lembrou sua infância no interior de São Paulo e disse que quando criança “sempre entrava na Santa Casa fazendo o sinal da cruz”.

Temer lembrou ainda o recente caso que foi veiculado na imprensa de que o governo estudava ampliar a jornada de trabalho para 12 horas. Segundo ele, o mal-entendido resultou de um encontro entre o ministério do Trabalho e sindicalistas que cogitaram a possibilidade de “quem sabe” o trabalhador fazer 12 horas em quatro dias por semana. O presidente destacou que essas versões ganharam força nas redes sociais e criam problemas para o governo.  “Redes sociais têm poder extraordinário; e eu vou combatê-los (os boatos)”, afirmou.

O presidente disse ainda que desde antes de assumir o poder propunha uma tese de reunificação nacional e reforçou que seu governo está “propondo a pacificação do País”.

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Defesa no Congresso. Ao defender a PEC do teto dos gastos, Temer disse que deputados e senadores precisam ter consciência da importância da proposta e contestem a versão de que ela vai restringir recursos para a saúde e a educação. “Peço licença para dizer que isso é inadmissível porque, quando nós falamos em teto de gastos, estamos falando da totalidade dos gastos. Do teto de gastos públicos. É preciso que tenhamos consciência disso. Os deputados e senadores vão para a tribuna e contestem aqueles que possam eventualmente vilipendiar os fatos.” Mais cedo, Temer publicou em sua conta do Twitter um vídeo para desmentir boatos sobre o fim do direito ao saque do FGTS para demitidos sem justa causa.

O presidente disse ainda que não quer o mal do país e, ao contrário, seu compromisso éassegurar uma gestão mais eficiente. “Estamos agilizando o País; nós queremos o bem do País”, afirmou.

Elogios. Barros, que já foi bastante contestado por declarações consideradas infelizes, foi elogiado por Temer. “Se você já era um bom administrador, vou promovê-lo a um ótimo administrador”, disse.O presidente classificou como “resultado esplêndido” a economia de quase R$ 1 bilhão feita pela pasta nos quatro meses de governo e reiterou que, apesar de ser interino, tanto ele quanto seus ministros trabalharam como efetivos. “Quando exerce uma função tem que estar atentos à função do cargo e não à eventual interinidade”, afirmou.

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No discurso, Temer citou outras ações do governo no período da interinidade e afirmou que, nesta terça, em reunião com o ministro da Educação, Mendonça Filho, discutiu planos para recuperar o ensino básico no País.

Evento. Temer participou de uma cerimônia de anúncio de ações de gestão para a melhoria da saúde pública. No evento, o governo assinou uma portaria para o custeio de uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em parceria com a prefeitura de Belo Horizonte e outra para recursos de média e alta complexidade a serem incorporados no sistema de saúde do Estado da Bahia.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, fez um balanço das ações adotadas nos últimos quatro meses e anunciou que a pasta conseguiu fazer a economia – por meio de gestão de recursos públicos - de R$ 1 bilhão. Agora os recursos serão destinados para o custeio de 99 Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e para a oferta de 1.401 novos serviços nas Santas Casas e hospitais filantrópicos.Além disso, a verba servirá para ampliar a oferta de medicamentos.“O ministério da saúde fez economia de R$ 1 bilhão e destinará recurso para assistência à população. Extinguimos 417 cargos, sendo 335 de livre nomeação”, disse.

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Segundo a pasta, para o financiamento de 1.401 novos serviços de Santas Casas serão destinados R$ 371 milhões por ano e os credenciamentos beneficiarão 216 hospitais. A meta do ministério é que os pagamentos sejam feitos até dezembro. Em novos medicamentos, a pasta investirá R$ 222 milhões que permitirão ampliar em 7,4 milhões de unidades a oferta de medicamentos e vacinas do SUS. Por fim, há a previsão de aportes de R$ 227 milhões para a produção no Brasil da vacina meningocócica.

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