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Embraer negocia acordo de lay-off para até 2 mil empregados

A proposta da companhia prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho por um período de dois a cinco meses; o plano diz respeito à unidade de São José dos Campos (SP)

Por Victor Aguiar
Atualização:

SÃO PAULO - A Embraer iniciou nesta quinta-feira, 10, negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para o estabelecimento de um acordo de lay-off para até 2 mil empregados, distribuídos em grupos, ao longo de dois anos.

A proposta da Embraer prevê a suspensão temporária do contrato de trabalho por um período de dois a cinco meses, com o lay-off podendo ser realizado entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018. O plano diz respeito à unidade de São José dos Campos (SP), e, inicialmente, será restrito às equipes de produção da companhia, mas poderá ser estendido às demais áreas da empresa. A proposta prevê a participação dos empregados em cursos ou que estejam nos programas de qualificação profissional.

Segundo a Embraer, o lay-off possibilitará a diminuição temporária de custos Foto: Roosevelt Cassio|Reuters

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"Essa é mais uma iniciativa planejada pela empresa com o objetivo de ajustar o ritmo do trabalho à queda da demanda global por produtos e serviços", diz a Embraer, em comunicado à imprensa. A próxima reunião entre as partes está agendada para 23 de novembro.

Segundo a Embraer, o lay-off possibilitará a diminuição temporária de custos, o que irá ajudar a companhia a atravessar o período de baixa demanda e ociosidade passageira. "Ao mesmo tempo, o lay-off permite ao empregado preservar o vínculo empregatício, retornando às condições normais de trabalho ao final do período", diz o comunicado.

Esta não é a primeira ação da Embraer neste sentido. Em agosto, a companhia abriu um programa de demissões voluntárias (PDV), visando a obtenção de economias anuais da ordem de US$ 200 milhões - ao todo, 1.463 adesões ao programa foram aprovadas pela empresa. Em outubro, foi aberta uma segunda fase do PDV, que contou com 180 inscrições.

No fim do mês passado, a Embraer admitiu ter montado um esquema internacional de pagamento de propinas e concordou em pagar US$ 206 milhões a autoridades dos Estados Unidos e do Brasil. As investigações apuraram o pagamento de vantagens indevidas a autoridades de países como República Dominicana, Arábia Saudita, Índia e Moçambique para garantir a escolha de aeronaves da marca em compras governamentais - a companhia já havia provisionado US$ 200 milhões no balanço do segundo trimestre deste ano.

"As dificuldades decorrentes do cenário adverso do mercado aeroespacial e de defesa e segurança têm demandado um ajuste rápido e efetivo da operação, dos custos e despesas da Embraer", afirma a companhia. "A empresa tem avançando bem na redução das despesas gerais e o lay-off é mais uma ação que vai contribuir para superação do atual momento em busca da retomada do crescimento."

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