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Empresários se reúnem em apoio a Levy

Grupo pesos-pesados do PIB nacional se encontrou na casa de Beto Sicupira, sócio da dona da Brahma e do Burger King, e discutiu medidas para garantir o ajuste fiscal

Por Alexa Salomão e Ricardo Grinbaum
Atualização:
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O empresário Carlos Alberto Sicupira, mais conhecido como Beto Sicupira, recebeu em sua casa, na quarta-feira passada, grandes empresários e o ministro da Fazenda Joaquim Levy. O ponto central do encontro foi a discussão de medidas que possam garantir o ajuste fiscal e evitar que o Brasil perca do grau de investimento, o selo de bom pagador. 

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O encontro também foi organizado para prestar apoio à Levy, que nos últimos dias pareceu fragilizado e na iminência de perder o cargo. Os empresários têm o ministro em alta conta por considerá-lo "profissional com espírito público e profundo conhecimento das contas do governo", conforme definiu ao Estado um dos participantes do jantar. 

O grupo de empresários, quecostuma se reunir de maneira informal, mas periódica, para discutir grandes temas nacionais, conta com pesos-pesados da economia brasileira. O anfitrião, Beto Sicupira, é sócio de empresas globais, como a cervejaria Anheuser-Busch Inbev, dona da marca Brahma, e a rede fast food Burger King, em parceria com os investidores Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles. 

Também estavam presentes, Edson Bueno, maior controlador da rede de laboratórios Dasa. Joger Gerdau, da siderúrgica Gerdau. Pedro Passos, fundador e sócio da Natura. Josué Gomes, presidente do grupo têxtil Coteminas. Carlos Jereissati, controlador de redes de shopping e com importante participação na empresa de telefonia Oi. João Moreira Salles, filho do banqueiro Pedro Moreira Salles, que tem participação no Itaú Unibanco. Mateus Bandeira, presidente da consultoria fundada por Vicente Falcon, bem como próprio Falconi. 

Os empresários defendem duas agendas de reformas fiscais, uma de curto prazo e outra de caráter estrutural, que demanda tempo. No curto prazo, defendem cortes pontuais de gastos, como suspender desonerações e melhorar os desembolsos em áreas sociais, em especial a gestão dos gastos com saúde, qualificados como "uma bagunça" por outro empresário com quem o Estado conversou. 

Levy explicou como estava o andamento do ajuste e que seria necessário aumentar impostos, que não é uma alternativa palatável para o setor empresarial. "Existe um falso dilema em discussão: de que aumentos de impostos podem preservar benefícios sociais no Brasil", disse um dos empresários. "Mas a verdade é que aumento de impostos penaliza justamente a população com menor poder aquisitivo." Para o grupo, aumentos de impostos seria uma alternativa amarga demais no "momento em que a economia está padecendo".

As ações da agenda longo prazo ainda exigiriam um estudo mais aprofundado, mas entre os temas que com certeza devem ser incluídos está a reforma da Previdência. "O que precisa ficar claro é que todos nós estamos dispostos a contribuir com propostas e fazer a nossa parte", comentou o empresário. 

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